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Aliados de Bolsonaro esperam retorno de Motta para pressionar por anistia

O ex-presidente Jair Bolsonaro discursa após ele ter se tornado réu sob a acusação de tentativa de golpe de Estado - Lucio Tavora/Xinhua O ex-presidente Jair Bolsonaro discursa após ele ter se tornado réu sob a acusação de tentativa de golpe de Estado - Lucio Tavora/Xinhua
O ex-presidente Jair Bolsonaro discursa após ele ter se tornado réu sob a acusação de tentativa de golpe de Estado Imagem: Lucio Tavora/Xinhua

Do UOL, em Brasília

27/03/2025 05h30

O PL, partido de Jair Bolsonaro, vai aumentar a pressão para que a proposta que anistia os presos no 8 de Janeiro seja votada no começo de abril. A tese é que o projeto poderá beneficiar o ex-presidente em caso de condenação por tentativa de golpe de estado.

O que aconteceu

PL afirma que já tem apoio de 9 partidos. O líder da bancada na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que já têm as assinaturas necessárias para apresentar o requerimento de urgência da proposta. Pelo regimento, o pedido precisa de 171 rubricas de deputados ou dos líderes que representem esse número.

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Aprovação do requerimento agiliza tramitação do projeto. Caso a urgência seja aprovada no plenário, a proposta não precisa ser analisada na comissão especial que foi criada pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em outubro de 2024.

Partidos que apoiam a anistia, segundo Sóstenes:

  • PL;
  • União Brasil;
  • PP;
  • Republicanos;
  • PSD;
  • Podemos;
  • PSDB;
  • Novo;
  • Solidariedade

Nova direção da Câmara quer evitar requerimento de urgência. Logo que assumiu a presidência da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) sugeriu o uso moderado do recurso que agiliza a tramitação de projetos de lei e PECs (proposta de emenda à Constituição).

Presidente da Câmara na Ásia com Lula. Como Motta está acompanhando a comitiva do presidente Lula no Japão, a reunião de líderes que aconteceria hoje foi cancelada. O líder do PL, no entanto, afirmou que pretende levar o pedido de urgência da anistia no próximo encontro previsto para acontecer no dia 3 de abril. Antes disso, Sóstenes disse que o republicano deve conversar com os líderes dos partidos que possivelmente apoiam o projeto.

PL quer aprovar projeto no começo de abril. A ideia dos integrantes do partido de Bolsonaro é que a urgência e a proposta sejam votadas na semana do dia 8 de abril. O atual relator do texto é o deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), aliado de primeira hora do ex-presidente.

Partido de Bolsonaro ameaça bloquear a votação de outras propostas caso a anistia não seja incluída na pauta. O líder do PL afirmou que a sigla, que conta com 92 deputados, vai obstruir as votações de projetos no plenário. Ontem, o vice-presidente em exercício da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), informou ao plenário que a ordem do dia estava cancelada por falta de consenso sobre a pauta. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), confirmou que alguns projetos não tinham acordo para votar e todos concordaram em cancelar as votações que estavam previstas.

Petistas estão monitorando a anistia

PT está contando os votos por estado. Lindbergh disse que o partido está contabilizando os apoios ao projeto da anistia nas bancadas partidárias.

A próxima semana vai ser uma confusão em cima disso. Eu já estou fazendo um mapa voto a voto. Está muito preocupante. Eu estou vendo estado por estado. O cara vota de acordo com o voto dele. Então, o cara que é eleito com o discurso mais Bolsonaro, ele vai nisso.
Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara

Petistas avaliam que o tema pode gerar crise institucional com o Judiciário. A proposta poderia anistiar pessoas que ainda estão em julgamento e poderia ser considerada uma interferência do Legislativo.

Eu entendo que o PL vive um drama. No colégio de líderes, eu fiz uma fala que eu entendo o que eles estão passando. Agora, eles não podem pedir para a Casa entrar nesse drama, entrando numa crise institucional entre o Parlamento e o Judiciário.
Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara

Lideranças do Centrão avaliam que ato em Copacabana não foi esvaziado. Caciques de partidos de Centro avaliaram que Bolsonaro mostrou força perante ao Congresso ao conseguir reunir governadores e citar as pazes com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Estiveram na manifestação os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (União).

Novo ato na paulista. Bolsonaro ainda aposta em mais uma manifestação para tentar ter apelo popular e ampliar a pressão pela pauta. O ex-presidente planeja um protesto em São Paulo, no próximo dia 6 de abril.


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