Fotógrafos da agência de notícias Reuters que estão cobrindo os protestos na Plaza Italia, no centro de Santiago, preparavam-se para registrar imagens na última segunda-feira enquanto a polícia começava a liberar a praça no início da noite.
Jorge Silva, principal fotógrafo da Reuters no sudeste asiático, está no Chile cobrindo os protestos que começaram há duas semanas devido ao aumento das tarifas de transporte público e que se transformaram em manifestações com frequência violentas contra a desigualdade em um dos países mais ricos da América Latina.
Ele estava próximo da estação Baquedano do metrô, que permanece fechada em meio a ataques incendiários, e assistia enquanto a polícia tentava retirar os manifestantes de uma larga avenida que sai da praça.
Enquanto a polícia usava bombas de gás lacrimogêneo e um canhão de água contra os manifestantes, ele viu uma série de coquetéis molotov atirados na direção da polícia.
Duas policiais foram envoltas em chamas. Elas foram ajudadas por colegas que usaram extintores de incêndio e suas mãos para apagar o fogo.
As duas mulheres, Maria José Hernández Torres, 25, e Abigail Catalina Aburto Cardenas, 20, ambas integrantes das forças especiais da polícia de Santiago, estão em estado grave no hospital, segundo a polícia.
Silva viu um clarão de canto de olho e virou sua câmera para capturar a imagem no instante em que as chamas se ergueram acima das cabeças das policiais.
"Percebi que a policial estava envolta pelas chamas de um molotov e a equipe dela tentava apagar o fogo", ele disse.
Três fotógrafos da Reuters registraram as imagens mostrando uma das policiais, com seu capacete retirado, com expressão de dor em seu rosto enquanto seus colegas utilizavam extintores de incêndio na tentativa de apagar o fogo que queimava seu rosto.