Chile diz que encontrará manifestantes que querem promover destruição e caos
Santiago (Chile), 28 out (EFE).- A nova porta-voz do governo do Chile, Karla Rubilar, disse nesta segunda-feira que as autoridades locais estão trabalhando para encontrar os manifestantes que querem promover destruição e caos em meio à onda de protestos registrada no país, que completou 11 dias hoje com incêndios e saques no centro de Santiago.
"São 6,5 mil pessoas que acreditam que podem tomar Santiago, mas vamos encontrá-las. Pode ser que demoremos, mas vamos encontrá-las", afirmou Rubilar.
A porta-voz assumiu a função hoje como parte de uma reestruturação do governo anunciada pelo presidente do país, Sebastián Piñera, para tentar conter as manifestações que começaram devido a um aumento das passagens do metrô de Santiago.
Rubilar disse que o governo está trabalhando com os Carabineiros, a polícia militarizada do Chile, com a Polícia de Investigações (DPI) e com o Ministério do Interior para lidar com os manifestantes violentos que têm provocado distúrbios na capital.
Hoje foi o primeiro dia depois do fim do estado de emergência decretado por Piñera em diversas cidades do Chile. Sem os militares nas ruas, as manifestações começaram pacíficas, mas tornaram-se violentas com o passar do tempo.
Um protesto programado para chegar até o Palácio de la Moneda, sede do governo chileno, para exigir o fim da desigualdade social no país foi dispersado pelos carabineiros, dando início a um confronto pelas ruas do centro de Santiago.
No meio da confusão, um shopping foi saqueado e incendiado na Alameda Bernardo O'Higgins, a principal avenida da cidade.
Rubilar afirmou que os atos violentos atrapalham o diálogo que o governo pretende estabelecer com a população.
"O que estamos vendo no dia de hoje não são as pessoas que querem justiça e um Chile melhor. Estamos vendo gente que quer destruição e caos. Um grupo pequeno acredita na violência. São 7 mil pessoas que não têm nada a ver com o 1,2 milhão que protestaram na sexta-feira. A violência e o caos escondem o que importa", afirmou a porta-voz.
Os protestos já deixaram 20 mortos, mais de mil feridos e cerca de 3 mil detidos. EFE
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