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Gripe na gravidez pode aumentar risco de filho ser bipolar

Bipolaridade é quatro vezes mais comum entre pessoas cujas mães ficaram gripadas durante a gravidez - PA
Bipolaridade é quatro vezes mais comum entre pessoas cujas mães ficaram gripadas durante a gravidez Imagem: PA

10/05/2013 12h10

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos indica que gripes durante a gravidez podem aumentar o risco de a criança desenvolver transtornos bipolares ao longo da vida.

O estudo realizado com 814 mulheres grávidas e publicado na revista especializada JAMA Psychiatry afirma que infecções contraídas durante a gestação podem fazer com que a criança tenha quatro vezes mais chances de ser bipolar.

Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia identificaram uma ligação entre a condição, frequentemente diagnosticada até a faixa etária dos 20 anos, e experiências vividas ainda no útero.

Os cientistas envolvidos com a pesquisa alertam que os riscos permanecem baixos, mas o estudo, no entanto, se assemelha a descobertas semelhantes que ligam a gripe à uma maior incidência de esquizofrenia.

Bipolaridade

A bipolaridade leva a intensas mudanças no humor de uma pessoa, que podem durar meses, fazendo com que se vá da depressão e desespero a sensações de euforia, hiperatividade e perda de inibições.

A pesquisa realizada entre pessoas nascidas no início dos anos 1960 mostrou que transtornos bipolares são quatro vezes mais comuns entre pessoas cujas mães ficaram gripadas durante a gravidez.

A bipolaridade afeta uma em cada cem pessoas. O pesquisador-sênior envolvido com o experimento, Alan Brown, estima que as mães que ficam gripadas durante a gravidez têm uma chance de 3 a 4% de ter filhos que apresentarão transtornos bipolares.

No entanto, na maioria dos casos de pessoas com bipolaridade não houve um histórico de mães gripadas durante a gravidez.

Preocupação

Sendo assim, na lista de coisas com as quais mulheres grávidas devem se preocupar, quão alto figuraria a gripe?

"Eu diria que não muito alta", afirma o professor Alan Brown. "As chances ainda são pequenas. Não creio que isso deva ser um motivo de alarme para as mães.

Segundo o especialista, a vacina recomendada a mulheres grávidas em muitos países pode reduzir as chances de se contrair gripe.

Ainda não se sabe, no entanto, como a gripe afetaria o cérebro do feto, já que o vírus não incide diretamente sobre o bebê, mas sim sobre o sistema imunológico da mãe.