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A jovem que quer ensinar mulheres a identificar possível contaminação letal com absorventes

20/02/2017 16h03

Quando a britânica Phoebee Bambury, de 19 anos, começou a apresentar sintomas como febre e dor de cabeça, suspeitou que poderia ser algo mais grave do que um simples resfriado.

E foi sua extrema cautela que salvou sua vida.

A jovem britânica reconheceu sinais da mortal Síndrome do Choque Tóxico (SCT), doença causada por bactérias que invadem o organismo e liberam quantidades letais de toxinas.

Após o fim do pesadelo, Phoebee vem se dedicando a alertar outros jovens sobre como detectar a enfermidade a tempo.

Absorventes

"A princípio, achei que estava com um mal-estar e que me sentiria assim por alguns dias", diz a jovem em entrevista à BBC.

Mas, em poucas horas, os sintomas mudaram. Além da enxaqueca e da febre, ela começou a ter dores musculares e vômitos.

"Você não quer pensar 'estou tendo um choque tóxico', mas suspeitei de que esses eram os sintomas, eu precisava checar isso", acrescenta.

Embora a síndrome possa ser adquirida de várias formas, ela geralmente está associada ao uso de absorventes internos por longos períodos.

É possível encontrar a descrição dos sintomas da doença em algumas embalagens desses produtos.

"Tinha todos os sintomas; por isso, telefonei ao serviço de emergência e me disseram que deveria ir ao hospital imediatamente", relembra Phoebee.

Tratamento imediato

A intoxicação avançou de forma acelerada.

Dez minutos depois de dar entrada no hospital, Phoebee foi posta no soro. A equipe médica também colocou um ventilador do seu lado para reduzir sua temperatura corporal.

Em seguida, seu corpo começou a inchar.

Os médicos confirmaram que o absorvente provocou em Phoebee a Síndrome do Choque Tóxico, embora a jovem reitere que não usou o produto por mais de oito horas seguidas.

Ela conta que estava na casa do namorado quando começou a sentir os primeiros sintomas.

Phoebee garante que, como havia estudado Farmácia, tinha maior familiaridade com as infecções.

"A mãe de um amigo morreu por choque tóxico, por isso sempre fiquei alerta", diz.

Educação sexual

Casos como o de Phoebee são extremamente raros.

No Reino Unido, por exemplo, 40 pessoas são diagnosticadas com SCT por ano. E, em média, apenas duas morrem em consequência da doença.

"Acredito que deveríamos falar mais sobre essa síndrome como parte da educação sexual e das conversas sobre o uso de absorventes e preservativos", destaca a jovem.

Desde que deixou o hospital, há três semanas, Phoebee Bambury vem se dedicando a promover palestras sobre a doença em sua universidade.

"É impossível para muitas mulheres deixar de usar absorventes, por isso elas precisam ter ainda mais cautela", alerta.