Coronavírus: Escolas sem banheiro dificultam proteção de crianças no Brasil, diz Unicef
Guia da ONU orienta como ensinar crianças sobre coronavírus para evitar transmissão e reduzir medos e ansiedade.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou nesta segunda-feira um guia sobre como proteger crianças e escolas contra a transmissão do coronavírus. O documento traz orientações de como o tema deve ser abordado com crianças por pais e professores para reduzir o contágio e evitar o estresse entre os menores.
As aulas estão suspensas em algumas cidades e Estados do país onde o novo vírus já circula — como Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Minas Gerais — e mesmo em localidades onde ainda não foram registrados casos da doença, como Rondônia.
Onde as aulas ainda estiverem ocorrendo, o Unicef orienta as escolas a promover e demonstrar a importância de lavar as mãos e de manter comportamentos de higiene positivos, disponibilizando água e sabão de forma adequada a cada idade. Além disso, recomenda ao menos uma vez ao dia limpar e desinfetar as instalações da escola, "principalmente as unidades de água e saneamento, em especial as superfícies que são tocadas por muitas pessoas (corrimãos, mesas de refeição, equipamentos esportivos, maçanetas e puxadores de portas e janelas, brinquedos e materiais escolares)".
O documento, originalmente produzido conjuntamente pelo Unicef e outras organizações em Nova York, foi adaptado para o Brasil. Questionado sobre os desafios de implementar as orientações no país, o chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra, destacou a existência de escolas sem banheiro, principalmente em regiões mais isoladas do país, mas também na periferia de grandes cidades.
Segundo o Censo Escolar mais recente, de 2018, não há banheiro em 4,9% das escolas da rede pública de Ensino Fundamental e em 3,6% da rede pública de Ensino Médio.