Famílias britânicas processam AstraZeneca por efeito em vacina da covid
Do UOL, em São Paulo
30/04/2024 18h15Atualizada em 01/05/2024 00h12
Diversas famílias do Reino Unido estão processando a AstraZeneca por um efeito adverso, considerado muito raro, causado pela vacina da empresa contra a covid-19. As informações foram divulgadas pelo jornal britânico The Telegraph no domingo (28).
O que aconteceu
Há 51 casos de mortes ou ferimentos graves relatos pelas famílias à Justiça. Essas pessoas teriam sido vítimas de STT (Síndrome de Trombose com Trombocitopenia).
A AstraZeneca admitiu, judicialmente, que o imunizante pode causar o efeito adverso, segundo a publicação. A síndrome é caracterizada pela combinação da formação de coágulos sanguíneos com baixos níveis de plaquetas no sangue. A empresa, no entanto, contesta os casos do processo, com o argumento de que a STT tem outras causas mais prováveis.
As famílias pedem, em ação coletiva, indenizações que podem chegar até 100 milhões de libras (cerca de R$ 646 milhões).
Em nota ao UOL, a AstraZeneca afirma que o efeito adverso já é conhecido desde abril de 2021 com atualização junto à agência reguladora do Reino Unido. "Nossa solidariedade vai para qualquer pessoa que perdeu entes queridos ou relatou problemas de saúde. A segurança dos pacientes é a nossa maior prioridade e as autoridades reguladoras têm normas claras e rigorosas para garantir a utilização segura de todos os medicamentos, incluindo vacina".
A recomendação da vacina produzida pela AstraZeneca no Brasil foi atualizada em dezembro de 2022. O Ministério da Saúde passou a indicar o imunizante para pessoas a partir dos 40 anos, já que o efeito adverso foi identificado na faixa etária anterior.
O primeiro caso da ação coletiva teria sido registrado no ano passado por Jamie Scott, segundo o The Telegraph. Pai de dois filhos, ele ficou com uma lesão cerebral permanente após desenvolver um coágulo sanguíneo e uma hemorragia no cérebro que o impediu de trabalhar depois de receber a vacina em abril de 2021.