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Menopausa faz mulheres ficarem mais esquecidas, diz estudo

Dificuldades para lembrar informações ou para realizar tarefas que eram de rotina foram relatadas principalmente no primeiro ano sem menstruar - Thinkstock
Dificuldades para lembrar informações ou para realizar tarefas que eram de rotina foram relatadas principalmente no primeiro ano sem menstruar Imagem: Thinkstock

Em Washington

03/01/2013 16h09Atualizada em 23/04/2015 14h18

Os problemas cognitivos que afetam muitas mulheres durante seus 40 e 50 anos de idade parecem ser mais agudos no período imediatamente após a menopausa, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista "Menopause".

"Durante a transição da menopausa, as mulheres se queixaram por muito tempo de dificuldades cognitivas, por exemplo, para lembrar informações ou para realizar tarefas que eram de rotina", disse Miriam Weber, neuropsicológa do Centro Médico da Universidade de Rochester e autora principal do estudo.

"Esta pesquisa indica que esses problemas não só existem, mas tornam-se mais evidentes nas mulheres no primeiro ano após seu último período menstrual", acrescentou.

O estudo observou 117 mulheres agrupadas em quatro categorias: etapa reprodutiva final (quando a mulher começa a notar mudanças em seu período menstrual), transição adiantada à menopausa, transição final à menopausa e etapa pós-menopausa.

As participantes realizaram diversos testes para avaliação de sua capacidade cognitiva, dos sintomas relacionados com a menopausa (como transtornos de sono, depressão e ansiedade), e um exame de sangue para determinar seus níveus de estradiol, um indicador dos níveis de estrogênio (hormônio feminino).

Os pesquisadores observaram que as mulheres na etapa pós-menopausa tinham um desempenho pior nos testes de aprendizagem verbal, memória verbal e destreza motriz que as mulheres que estavam nos outros três períodos.

Sono e depressão

O estudo revelou, além disso, que os sintomas descritos pelas mesmas mulheres como as dificuldades para dormir, a depressão e a ansiedade não estão vinculados necessariamente com problemas de memória.

"Estas conclusões indicam que a deterioração cognitiva durante o período de transição é um processo independente, mais do que uma consequência da perda de sono ou a depressão", acrescentou Weber.

"Apesar de os níveis absolutos de homônio poderem ser vinculados com a função cognitiva, é possível que as oscilações que ocorrem durante esse período desempenhem um papel nos problemas de memória de muitas mulheres", disse a pesquisadora.

"O mais importante é assegurar para as mulheres que estes problemas são normais e muito provavelmente passageiros", comentou Weber.