Mulheres quenianas com HIV denunciam que foram forçadas à esterilização
Ao menos quatro mulheres quenianas portadoras do vírus HIV denunciaram nos tribunais que foram "forçadas a se esterilizar" em uma maternidade da capital do país, informou nesta quinta-feira (11) a imprensa local.
"A esterilização forçada de mulheres com o HIV sem seu consentimento, a coação e a ameaça de acabar com o auxílio financeiro que recebem caso não passem por esse processo é degradante e um abuso de sua dignidade", denunciou o advogado das vítimas, Allan Maleche.
Além disso, outras 40 mulheres soropositivas foram forçadas à esterilização, segundo duas ONGs locais denunciaram ao jornal "Daily Nation".
Segundo o depoimento de uma das delatoras, ela deu à luz em um hospital de Nairóbi sob a advertência que não teria direito a auxílios pela maternidade se recusasse a esterilização. A mulher acrescenta que, pouco antes de dar à luz, recebeu um formulário que assinou sem ler. "Só me dei conta, depois de vários meses, que era meu consentimento para a esterilização", afirmou.
Após o parto, a mulher voltou a sua clínica habitual para receber o leite infantil e a comida que estão incluídos no auxílio, mas foi informada que "nada seria entregue" a menos que fosse provado que ela se submeteu voluntariamente a uma cirurgia de ligadura de trompas. "Uma enfermeira me informou que o procedimento ocorreu durante a cesárea", disse a delatora.
As quatro mulheres deram à luz no mesmo hospital de Nairóbi, recomendadas pela mesma clínica, e denunciam que esta violou "os padrões internacionais de saúde".
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