Indústria sugere menos açúcar em refrigerantes
Brasília - Produtores de bebidas apresentaram nesta quarta-feira, 20, ao Ministério da Saúde uma proposta para redução voluntária do açúcar de refrigerantes, néctares e refrescos em quatro anos. A sugestão é de que cada 100 gramas de bebida tenham limite de 10,6 gramas de açúcar. A proporção média hoje é de 16 gramas.
Caso o acordo seja formalizado, pelo menos metade dos produtos terá de alterar a composição. Formulada pela Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas e pela Associação Brasileira de Indústrias da Alimentação, a proposta surge no momento em que o ministério prepara projeto para elevar a taxação de bebidas açucaradas.
Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, pediu a sua equipe um projeto sobre isso. Assim que for concluído, será levado para discussão com os demais integrantes do governo. O objetivo é elevar os preços e, com isso, reduzir o consumo de bebidas, em uma estratégia contra a obesidade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere adotar táticas como essa. A proposta feita pelas entidades foi considerada bem-vinda pelo ministério. Segundo a pasta, a sugestão será analisada, discutida e deve integrar ampla agenda com a indústria, a ser divulgada em outubro. Mas o ministério avisou que a proposta de acordo voluntário não altera os estudos em análise.
As entidades têm entre associados produtores que respondem por cerca de 90% do mercado. Pela proposta atual, 111 refrigerantes teriam redução de açúcar de 16 para 10,6 gramas a cada 100 gramas. No caso dos néctares, esse limite passaria a ser de 10,7 gramas. Hoje, o valor é de 12,5. A medida afetaria 48 produtos. Já para refrescos, a redução seria de 15 para 10,7 gramas de açúcar, o que também afetaria 48 produtos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Lígia Formenti
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