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Governo anuncia renovação de 2 mil contratos temporários da Saúde no Rio

27/11/2017 14h06

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou nesta segunda-feira, 27, a renovação de 2.000 contratos de trabalho para profissionais de saúde temporários que atuam em hospitais federais do Rio. Nos últimos anos, esse número chegou a ser de 3.500. Apesar da redução, Ricardo Barros garantiu que haverá aumento na oferta de serviços devido à mudança que está sendo implantada na rede hospitalar da capital fluminense, que terá suas instituições federais divididas por especialidades.

As renovações ou novas contratações foram autorizadas pelo Ministério do Planejamento, e os contratos terão validade de dois anos. "As condições de contratação são as mesmas (das atuais), apenas a especialização das pessoas que serão contratadas será adequada à especialização dos hospitais federais, que agora têm uma visão de complementar a necessidade assistencial do Rio de Janeiro", explicou Barros, que participou de evento no Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de profissionais temporários era de 3.500 profissionais, mas vem caindo desde o ano passado. "É preciso começar a pensar a questão do custo-benefício", afirmou o ministro.

O ministro defendeu a divisão dos hospitais federais por especialização. A proposta sofria resistência de setores ligados à saúde, que veem nisso uma redução de investimentos na rede hospitalar. A reorganização conta com consultoria do Hospital Sírio-Libanês, que terá pelo menos em consultor em cada um dos seis hospitais federais do Rio.

"O primeiro contrato de serviços feito conjuntamente - nem todos os hospitais participaram -, de R$ 160 milhões, deu R$ 42 milhões de economia", informou Barros. "Nossa expectativa com essas especializações é ampliar em 20% o número de cirurgias, com a mesmíssima estrutura que nós temos."

Uma central de regulação será implantada no Rio até o dia 18 do próximo mês. Os pacientes deverão se dirigir a ela para marcar suas consultas, não mais diretamente nas unidades de saúde.

"Como em todos os estados, temos a orientação para que a central de regulação organize todas as demandas do SUS. Todos os usuários são usuários do SUS, não são do Estado, município ou determinado hospital. Portanto, quando necessitar de atendimento, deve entrar numa fila única", defendeu o ministro.

De acordo com ele, a reorganização é "uma mudança de paradigma". "A prioridade tem que estar no usuário, e a prioridade há muito tempo está no sistema, na corporação, na conveniência", disse.

Depois, apontou falhas nas escalas de trabalho. "A biometria é um parto pra se implantar. A gente quer fazer um plano, cada funcionário tem o seu horário, ao seu bel prazer. Como se faz uma equipe de cirurgia se cada um faz um horário diferente? Tem que ter um conjunto de profissionais disponíveis todos ao mesmo tempo. Vamos nos convencer de que temos patrão, e que nosso patrão é o contribuinte."

O ministro também declarou que o governo federal tem a intenção de repassar a gestão dos hospitais da União para o Estado ou o município do Rio. "Nós temos no Rio de Janeiro seis hospitais e três institutos. Não é função do governo federal, só tem hospitais federais aqui no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre. Todos os demais são ou dos Estados, ou dos municípios. Como o Rio de Janeiro foi capital (federal) tem essa herança. É claro que temos essa tendência de passar para os Estados ou municípios essa gestão, porque eles que detêm o conjunto da rede de assistência. Estamos dispostos a esse diálogo", sustentou.

Centro de diagnóstico

Barros deu entrevista durante a inauguração de um novo centro de diagnóstico de câncer de próstata no Inca. Será o primeiro do gênero no Rio de Janeiro a atender pelo SUS.

"Teremos uma oferta anual de 3.600 biópsias", apontou Franz Campos, coordenador do centro. "Teve um investimento total - não só em obras, mas também de equipamentos, materiais e pessoal - de R$ 2,8 milhões. Isso dividido dá, por cada biópsia, R$ 700 para o Ministério da Saúde no primeiro ano. No segundo ano, como não há obra, cai em 30%."

Segundo dados apresentados por Franz, a cada 38 minutos um homem morre de câncer de próstata no País. Ao todo, são 14 mil por ano.

Marcio Dolzan