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Ministro anuncia medida para reduzir preço de medicamentos contra câncer e outras doenças

Fabíola Ortiz

Especial para o UOL Ciência e Saúde<br>Do Rio de Janeiro

19/10/2011 17h18

A produção de medicamentos biotecnológicos (criados a partir de organismos vivos ou parte deles) para câncer, doenças inflamatórias e conjunto de doenças infecciosas terá a partir de hoje um conjunto de regras sobre registro e produção destes tipos de medicamentos, anunciou hoje (19) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Rio de Janeiro.

“A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou duas guias que estabelecem regras para os produtos biotecnológicos, que são uma nova fronteira de medicamentos para tratamento de doenças como câncer, doenças inflamatórias e infecciosas. É um estímulo importante para a produção nacional dos produtos biotecnológicos”, revelou Padilha na abertura da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Segundo o ministro, este compêndio com regras permitirá reduzir o preço de remédios deixando-os mais baratos e ainda ampliar o tratamento e atendimento a população pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Do rol de medicamentos utilizados pelo SUS hoje no Brasil, apenas 1%  é biotecnológico, contudo, compromete 34% do orçamento do SUS. “Esta é a nova fronteira de produtos para novos tratamentos mais eficazes e seguros para a população”, defendeu.

Com a publicação dessas guias, a Anvisa estabelece as regras de registro desses produtos no nosso país, explicou.

“Conseguimos a redução de 48% dos gastos numa negociação recente que o Ministério da Saúde fez no começo da incorporação de novos medicamentos oncológicos. Quando nos começarmos a produzir aqui no Brasil esses medicamentos, vamos reduzir ainda mais o preço”, ressaltou Padilha.

No âmbito da publicação de quatro novas guias, a novidade, segundo o ministro da Saúde, está nos registros de heparina, um anticoagulante, e o registro do alfa interferon, importante para o tratamento de doenças infecciosas.

“A ideia é que possamos ter instrumentos mais claros para a indústria poder produzir aqui no Brasil esses produtos”, destacou Padilha.

A Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde da OMS reúne, no Rio de Janeiro, representantes de mais de 80 países para a formulação de estratégias e metas para o enfrentamento das desigualdades sociais que geram graves consequências para a saúde e qualidade de vida das populações.