Oito dias após cirurgia de separação, gêmeo siamês de Fortaleza tem recaída e passa por novo procedimento
Oito dias após o procedimento de separação, um dos gêmeos siameses de Fortaleza (CE) voltou ao centro cirúrgico do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, devido a complicações na cicatrização dos cortes. O cirurgião pediatra Zacharias Calil explica que a pele na região do abdome de Israel abriu um pouco e, para evitar a exposição dos órgãos vitais, uma nova sutura foi realizada na tarde desta quinta-feira (23).
A cirurgia demorou cerca de uma hora e os médicos implantaram uma tela de marlex, que é feita de nylon e ajuda a proteger as alças intestinais em caso de novas rupturas da pele. Israel, de 1 ano e 2 meses de vida, está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não apresenta quadro de infecção. Segundo Calil, cirurgias reparadoras são comuns nos casos de separação de siameses, principalmente, quando são utilizados expansores para esticar a pele, que tende a ficar mais fina.
O outro gêmeo, Levi, também permanece na UTI em observação, mas já respira sem aparelhos e está com dieta livre. O cirurgião pediatra diz que até o momento não houve alterações no bebê, mas não descarta que um procedimento igual ao de Israel venha a ser necessário. O tempo de permanência dos gêmeos no hospital não foi limitado. Segundo Calil, a cicatrização dos pontos deve ocorrer em 21 dias, mas o período médio de recuperação é de 90 dias.
No dia 15 de fevereiro, os bebês passaram pela cirurgia de separação que durou dez horas. Israel e Levi nasceram unidos pela bacia e abdome e compartilhavam também o intestino grosso, delgado e bexiga. Como se tratava de um caso complexo, o procedimento cirúrgico contou com o auxílio de um biomodelo feito a partir das informações captadas por ultrassonografia e ressonância magnética. Trata-se de uma réplica exata e em tamanho real dos siameses, que foi utilizada para a demarcação passo a passo da cirurgia.
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