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Dois em cada 10 homens 'fogem' do exame de toque

Do UOL

Em São Paulo

03/05/2012 11h36

Vinte por cento dos pacientes não permitiram que o médico urologista realizasse o exame físico retal, popularmente chamado de “toque”. A informação consta no levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem, unidade da Secretaria de Estado da Saúde na capital paulista.

Em 2011, mais de 15 mil homens com idade entre 45 e 70 anos passaram em consultas médicas com os grupos de oncologia e patologias da próstata no ambulatório de urologia do hospital. Deste total, cerca de 80% já conheciam o exame e sua importância na detecção precoce do câncer de próstata, e aceitaram a atuação do especialista. Os 20% restantes, cerca de três mil pacientes, não fizeram o exame.

Já quando a análise em questão é laboratorial, via exame de sangue, o pedido é bem aceito por todos os homens. O teste de PSA (antígeno prostático específico) mede os níveis desta substância e serve como um marcador biológico no diagnóstico das doenças da próstata, como a hiperplasia benigna (aumento benigno do órgão) ou o câncer de próstata.

Segundo o médico chefe do Centro de Saúde do Homem, Joaquim Claro, a recusa não é só preconceito e medo de perder a masculinidade com o exame, mas também medo de “perder” sua posição de chefe da família para cuidar de sua própria saúde e iniciar tratamentos médicos.

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e está entre as doenças que mais os mata. O diagnóstico precoce é fundamental no combate a patologia e facilita, inclusive, o tratamento tornando-o menos invasivo. A partir dos 45 anos a realização de um check-up anual vira obrigação para toda a população masculina.

Para Cláudio Murta, médico coordenador do serviço de urologia do hospital,  os homens estão mais conscientes e, por influência da esposa e dos filhos, buscam mais ajuda médica. Mesmo assim, eles ainda vivem menos do que as mulheres.  Segundo Murta, o trabalho dos médicos é acabar com essa insegurança criando uma relação de confiança com estes pacientes.

O Centro de Referência em Saúde do Homem é administrado pela organização social de saúde “Associação Paulista de Desenvolvimento da Medicina” (SPDM).