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É possível engravidar após a menopausa? Saiba mais sobre essa fase da vida da mulher

Ana Sachs

Do UOL, em São Paulo

07/11/2012 07h00

Engana-se quem pensa que a menopausa é o fim para aquelas mulheres que querem engravidar. Hoje, com o avanço da ciência, é possível ter filhos até quando o corpo feminino for capaz de aguentar, por meio da utilização de óvulos de doadoras.

"Se desejar, a mulher tem de fazer um tratamento intensivo e um procedimento de fertilização in vitro. Não há limite de idade, cada pessoa é cada pessoa, e o índice de gestação em casos de esterilidade chega a 60%", afirma Elizabeth Leão, ginecologista do hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

As especialistas lembram, no entanto, que é sempre bom ser prudente. "O útero não envelhece e, sendo preparado, pode receber um embrião e a mulher engravidar. Entretanto, sempre tem que se ter bom senso e também não colocar a mulher em risco com uma gravidez", diz a ginecologista Amanda Volpato Alvarez, especialista em medicina reprodutiva do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Assistida)

"O médico sempre tem de ser criterioso e ver aquelas que podem, pois uma gravidez aos 45 anos é diferente de uma aos 25", completa Leão. Uma avaliação cardiológica é sempre aconselhável, uma vez que a gravidez pode sobrecarregar a atividade cardíaca. Mulheres que já tenham algum problema de saúde, como hipertensão arterial e diabetes, por exemplo, devem avaliar com cautela os riscos de uma gravidez em idade avançada. "E claro, pensar também na criança, porque, quanto mais idade tem o casal, maiores as chances de a criança ficar órfã cedo", lembra Alvarez.

Oscilações hormonais

Durante a menopausa, ocorrem inúmeras mudanças hormonais no corpo feminino, que podem ou não trazer desconforto. As principais alterações ocorrem na produção de estrogênio, hormônio responsável pelo desenvolvimento do útero e pelo ciclo de ovulação, e a progesterona, que controla a menstruação.  "As ondas de calor resultantes das oscilações hormonais são o mais típico sintoma. Elas estão presentes em 60% a 75% das mulheres", afirma Alvarez. 

Outras alterações comuns nesta fase são no aspecto da pele, queda de cabelos e aumento de peso. Algumas mulheres apresentam ainda insônia, depressão e ansiedade.

São comuns também a diminuição da libido e a secura vaginal. Porém, Leão lembra que cada mulher é um universo e esses problemas podem ter mais a ver com a fase da vida em que acontece a menopausa do que, de fato, com as alterações hormonais do período. "A diminuição é discreta e compatível com o que acontece na vida da pessoa no momento, que em geral vive um relacionamento antigo", diz a médica.

Para todos esses sintomas, a terapia de reposição hormonal, que causa grande medo em algumas mulheres, é a mais indicada, segundo as especialistas. As contraindicações são para mulheres com histórico de câncer de mama, doenças coronarianas e doenças tromboembólicas.

No álbum abaixo, saiba mais sobre essa fase tão importante da vida da mulher.