Camarão frito, milho verde cozido com manteiga, sorvetes, biscoitos e queijo coalho no espetinho. As tentações gastronômicas são muitas nas praias brasileiras, durante o verão, mas estão longe de ser boas opções de alimentos quando se leva em conta seus nutrientes e a higiene. Expostos diretamente ao sol forte e muitas vezes até à areia, os petiscos de praia podem representar perigo para a saúde, por conta dos riscos de contaminação. Para evitar problemas, uma boa saída é levar de casa comidinhas que resistam à alta temperatura.
“Quando compramos de ambulantes, não temos garantia nenhuma de que não houve contaminação ou se o produto é de qualidade”, diz a nutricionista Juliana Lopez, do departamento de Fisiologia da Nutrição da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Segundo ela, as melhores opções para o transporte são as frutas ricas em água – como melancia, melão, pera e abacaxi –, mas há sugestões menos comuns que podem ser muito úteis. “As frutas secas, que a maioria das pessoas compra para as festas de fim de ano, por exemplo”, diz Juliana. Ela ensina que frutas frescas devem ser levadas já cortadas, para facilitar o manuseio, e não dispensam a sacola térmica.
Para quem não abre mão de um sanduíche, a nutricionista lembra que um lanche com pão integral é uma ótima pedida, mas é preciso ficar atento aos recheios, pois eles podem precisar de refrigeração. Maionese e cremes de queijos, por exemplo, podem estragar com o calor. “Dependendo da sacola térmica, dá para guardar o alimento por até oito horas. Além disso, é importante ela ser de material lavável e não poroso”, explica a nutricionista. Os velhos isopores não são recomendados, pois não permitem uma correta higienização.
De acordo com as orientações do CRNutri (Centro de Referência para a Prevenção e Controle de Doenças Associadas à Nutrição), da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), se for consumir algo na praia, outro cuidado é dar preferência a estabelecimentos fixos. Frituras devem ser evitadas sempre – além de muito calóricas, não se sabe há quanto tempo o óleo está sendo usado.
Os mais seguros
Entre as diversas opções de petiscos, a nutricionista Juliana Lopez sugere como comida um pouco “mais segura” o milho cozido. “O fato de ele ser mantido em alta temperatura dificulta a contaminação. Porém, é preciso ficar de olho no momento em que ele é retirado da panela. Alguns vendedores usam luvas, para evitar tocar no alimento. Esse é um detalhe importante.” A nutricionista também ressalta que colocar manteiga na espiga não é uma boa opção, pois ela pode ter estragado, após ficar muito tempo exposta ao sol.
O açaí, tomado em creme ou suco a partir da polpa congelada, também é considerado seguro entre as comidinhas de praia. Rico em antioxidantes e anti-inflamatórios, ele ajuda a manter a forma e a previne o envelhecimento.
Mas atenção aos sorvetes, que são um dos maiores vilões do verão. Segundo Juliana, é preciso verificar na hora da compra se a embalagem está em boas condições e o produto, dentro da data de validade. O CRNutri lembra que picolés de frutas são preferíveis aos de massa, que contêm alto teor de gordura saturada. As raspadinhas são contraindicadas por diversos motivos, entre eles a incerteza sobre a água usada no gelo e se sua produção teve condições higiênicas adequada, além de terem muitas calorias, açúcares, corantes artificiais e aromatizantes.
Prefira esses alimentos
Milho cozido |
Água de coco |
Açaí |
Frutas frescas ricas em água |
Quanto às bebidas, Juliana aconselha água de coco e sucos naturais. Segundo ela, são sempre melhores que refrigerantes e sucos industrializados. E atenção: latas e garrafas, quando levadas de casa no recipiente térmico, devem ficar em um compartimento separado dos demais alimentos – o contato delas com o alimento pode provocar contaminação. Antes de armazenar as embalagens, lembre-se de lavá-las. Também limpe sempre as embalagens compradas na praia.
Fuja desses vilões
Sanduíches com maionese e cremes de queijo |
Frituras |
Raspadinhas |
Refrigerante e sucos industrializados |
IntoxicaçãoOs principais agentes biológicos que podem contaminar a água e os alimentos são vírus, bactérias, protozoários, vermes e fungos. Essa contaminação pode ocorrer por falta de higiene ou preparação, armazenamento e manipulação erradas do alimento.
Em crianças e idosos, a intoxicação alimentar pode ser considerada uma doença grave. Entre os sintomas mais comuns estão enjoos, vômitos, diarreia, febre, dor abdominal, cólicas e mal-estar. Nos quadros mais graves, pode ocorrer desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial.
Nos casos mais simples, o indicado é fazer repouso e ingerir muito líquido. Já quando há desidratação, medicamentos podem ser usados para controlar as náuseas e os vômitos e a reposição de líquidos pode ser feita pela veia. O tratamento das infecções alimentares bacterianas inclui o uso de antibióticos, receitados por um médico.
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