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Exercitar o cérebro é essencial para mantê-lo jovem, ensinam pesquisadores

A atividade intelectual não se refere ao nível educacional, mas sim a atividade mental como um todo - Thinkstock
A atividade intelectual não se refere ao nível educacional, mas sim a atividade mental como um todo Imagem: Thinkstock

Chris Bueno

Do UOL, em São Paulo

10/05/2013 07h00

Fazer caminhada, praticar exercícios habitualmente, ter uma dieta balanceada e até apelar para cosméticos ou cirurgia plástica. Muito se fala sobre como evitar o envelhecimento do corpo. Mas o cérebro, este complicado órgão que rege nossa vida, também envelhece e precisa de cuidados especiais e exercícios para se manter jovem e ativo.

O cérebro humano desempenha diversas funções: desde controlar a respiração até resolver um intrincado problema matemático. Ele também é responsável pela formação da personalidade e pelos sentimentos. Mesmo quando não percebemos, ele está trabalhando: durante uma caminhada, fazendo compras no supermercado, conversando e até sonhando.

E tudo devido a uma complicada rede de mais de 100 milhões de células nervosas. Por isso que, mesmo pesando pouco mais de um quilo, ele gasta 20% de toda a energia do corpo.

Mas, assim como todo o nosso organismo, o cérebro também envelhece. Com o passar dos anos, ele passa por uma série de alterações que afetam sua estrutura e suas funções. “O cérebro é um órgão bastante complexo. Com o envelhecimento, estudos com ressonância magnética evidenciaram a ocorrência de redução de seu volume, mas não de forma homogênea. Por outro lado, foram descritas, também, alterações funcionais que comprometeriam a comunicação entre os neurônios”, aponta Gisela Tinone, neurologista da Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

A partir dos 25 anos, os neurônios começam a diminuir e o cérebro a “encolher” (ele perde entre 5% e 10% do seu peso). Também ocorrem alterações bioquímicas como deficiência de serotonina, dopamina e glutamato. As consequências dessas alterações são perdas na função cognitiva, como falhas na memória (por exemplo, não se lembrar onde deixou as chaves), e uma certa dificuldade de aprender coisas novas.

“No envelhecimento normal, a maior parte dos idosos apresenta um leve declínio, ou então, uma certa lentificação no processo de planejamento, organização e memória”, explica Valéria Bahia, neurologista do Hospital Samaritano de São Paulo.

Sempre jovem

Apesar de seu envelhecimento natural, é importante atentar que o cérebro é um órgão que possui uma alta plasticidade. Ou seja, ele tem uma grande capacidade de se modificar conforme sua interação com o ambiente. Se ele for estimulado e se mantiver ativo, essas alterações causadas pelo envelhecimento serão mínimas – até mesmo imperceptíveis.

O segredo para manter o cérebro jovem é exercitá-lo. Alguns pesquisadores afirmam que o melhor exercício para o cérebro é estudar (pesquisas chegam a apontar que pessoas com nível educacional mais alto apresentam sinais mais leves de envelhecimento cerebral). “No entanto, é importante ressaltar que atividade intelectual não se refere ao nível educacional, mas sim a atividade mental como um todo. É preciso ser ativo mentalmente”, ressalta Bahia.