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Carretas-móveis vão ampliar acesso à mamografia pelo SUS em SP

Do UOL, em São Paulo

26/12/2013 10h54

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo vai ampliar o acesso e incentivar as mulheres a realizarem exames de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o Estado. O objetivo é estimular o diagnóstico precoce da doença.

Com o novo programa estadual “Mulheres de Peito”, a pasta quer incentivar as mulheres paulistas com idades entre 50 e 69 anos a realizarem exames preventivos de mamografia a cada dois anos na rede pública. A iniciativa tem como objetivo promover um rastreamento contínuo e organizado da doença, visando à detecção precoce de tumores malignos inclusive em fases em que a mulher não apresenta nenhum sintoma.

De imediato, em uma primeira etapa, quatro carretas-móveis e um caminhão adaptado irão percorrer o Estado a partir de 2014, incluindo locais distantes onde o exame não é oferecido, para a realização gratuita do procedimento. Cerca de 60 mil mamografias a mais por ano serão realizadas apenas por meio das unidades móveis. O investimento do governo do Estado será de R$ 14 milhões.

Para as mulheres entre 50 e 69 anos de idade, não haverá necessidade de pedido médico de mamografia para a realização do exame nas unidades móveis. Pacientes fora dessa faixa etária também poderão realizar os exames, mas desde que tenham em mãos um pedido médico, que pode ter sido emitido tanto pela rede pública quanto particular.

Carretas

As carretas terão 15 metros de comprimento, 4,10 metros de altura e, quando abertas, 4,90 metros de largura. Além de mamógrafo, cada veículo será equipado com aparelho de ultrassom, conversor de imagens analógicas em digitais, impressoras, antena de satélite, computadores, mobiliários e sanitários.

As unidades móveis de mamografia contarão com uma equipe multidisciplinar composta por técnicos em radiologia, auxiliares de enfermagem, funcionários administrativos e um médico ultrassonografista.

No interior das carretas, as mulheres poderão fazer exames de mamografia de segunda a sexta-feira, das 9h às 20h, e aos sábados das 9hàs 13h. As imagens captadas pelos mamógrafos serão encaminhadas para o Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem (Sedi), serviço da Secretaria que emite laudos à distância, na capital paulista. O resultado sairá em até 48 horas após a realização do procedimento.

Caso seja detectada alguma alteração no exame, as pacientes serão contatadas pela Secretaria para a realização de biópsia guiada por ultrassom ou outros exames complementares.

Havendo sinais de câncer maligno, a paciente será encaminhada a um serviço de referência do SUS para fazer o tratamento.

Testes

A primeira carreta do programa ficará instalada por um período de testes, de 30 dias, na rua Adolfo Pinheiro, bairro de Santo Amaro, na zona sul da capital. Outras três carretas-móveis deverão entrar em operação ainda no primeiro bimestre de 2014.

Os veículos irão percorrer, inicialmente, outros bairros da capital e cidades da região metropolitana. O caminhão adaptado irá oferecer estrutura similar à das carretas, e será usado em municípios menores e de difícil acesso do interior.

“Os principais objetivos desta ação são suprir os locais que possuem demanda reprimida e espera para a realização de mamografia, assim como estimular o rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama, que tem alto índice de mortalidade. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de sucesso no tratamento”, afirma o secretário de Estado da Saúde David Uip.

“Diversos são os fatores que podem levar as mulheres a não realizar o exame, entre os quais a falta de tempo, medo de dor e constrangimento durante o exame e, em alguns casos, distância a se percorrer para se chegar a um serviço com mamógrafo. Por isso esse programa de rastreamento contínuo, aliado às carretas-móveis, é tão importante”, afirma David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

Além da melhora na detecção precoce do câncer de mama, maior causa de morte por tumores em mulheres no Brasil e em São Paulo, o programa tem como objetivo ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento da doença, aumento na cobertura de mamografia na faixa dos 50 a 69 anos e redução gradativa na mortalidade por câncer de mama em todo o Estado.