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Região de Campinas sofre com epidemia de dengue; três pessoas já morreram

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas

31/03/2014 17h34

A região de Campinas (93 km de São Paulo) já confirmou três mortes em decorrência da dengue neste ano. A primeira vítima foi uma mulher de 49 anos que morreu há 15 dias no município de Americana (126 km de SP). As outras duas mortes ocorreram em Sumaré (121 km de SP) e foram confirmadas na tarde desta segunda-feira (31). As vítimas são um bebê de dois meses e uma mulher de 53 anos.
 
A exemplo de Campinas, Americana também enfrenta uma epidemia de dengue. O número de casos confirmados na cidade – 1.320 – já é o maior dos últimos 20 anos. Outros 1.013 casos estão sob investigação. Já o município de Sumaré confirmou 337 casos e aguarda os resultados de outros 934 exames. O município ainda não trata a situação como epidêmica.
 
Nesta segunda-feira (31), a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou mais 1.098 casos da doença. Com isso, em uma semana, o número dobrou, disparando de 1.042 para 2.140. O município já enfrenta a quinta pior epidemia da história. O alerta vermelho acendeu logo no primeiro mês de 2014, quando foram contabilizados 152 casos, contra 145 no mesmo período do ano passado.
 
Em 2013, Campinas enfrentou a segunda pior epidemia da história, com 6.976 casos confirmados e a expectativa da secretaria é que 2014 supere esta marca. Entretanto, a pior epidemia da doença foi em 2007, quando 11. 442 pessoas foram infectadas.

Exames clínicos
 
A região mais afetada é a Noroeste, onde foram confirmados 1.359 dos casos deste ano. A área já apresenta mais de 100 casos a cada 100 mil habitantes e , por isso, os exames de sorologia foram descartados para os pacientes. As confirmações ocorrem com base em exames clínicos.
 
De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Brigina Kemp, a região tem recebido atenção especial para que a situação não piore. “Temos uma intervenção ambiental na região Noroeste. A Secretaria de Serviços Públicos trabalha na limpeza da área e na remoção de criadouros de forma macrorregional e a Secretaria de Saúde faz a remoção dos criadouros nos domicílios”, esclareceu.
 
O aumento no número de casos mostra que o município caminha para uma epidemia pior do que a registrada no ano passado. “Com certeza teremos uma epidemia pior, mas ainda não temos como saber a magnitude”, disse Brigina.
 
Segundo ela, uma força-tarefa foi instalada na prefeitura para discutir o combate à doença. “A dengue é nossa prioridade, tanto no atendimento dos infectados quanto no redirecionamento das equipes de campo. As secretarias de Campinas estão trabalhando em conjunto para amenizar a situação”, ressaltou.
 
Brigina destacou que o município também trabalha em parceria com a Secretaria Estadual. “Além de todo o empenho na região, estamos contando com órgão estadual. O mês de abril tradicionalmente é o que registra o maior número de casos e estamos preparando a cidade para ele”, afirmou.