Ministro da Saúde diz que repasse federal à Santa Casa não atrasou "um dia"
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse nesta quinta-feira (24) que o governo federal foi pego de “surpresa” com o fechamento do pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo e alfinetou o governo estadual ao dizer que nunca atrasou repasse para a instituição.
“Nós queremos entender [o fechamento] porque o governo federal repassa R$ 25,2 milhões por mês para a Santa Casa de São Paulo e não atrasamos um dia. Estamos mandando recurso, mesmo que não seja diretamente para ela, porque o valor é repassado à Secretaria Estadual [de Saúde], como em qualquer outra Santa Casa”, afirmou Chioro.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) responsabilizou o governo federal pelo endividamento do hospital filantrópico, que teve os atendimentos de urgência e emergência interrompidos por quase 30 horas desde terça-feira (22).
A instituição justificou que a medida foi tomada por causa de uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores, que a deixou sem materiais e medicamentos.
“Para nós foi uma grande surpresa [o fechamento] porque estou aqui no ministério desde 2 de fevereiro e, em nenhum momento, o provedor da Santa Casa ou o secretário de Saúde do Estado nos procuraram para falar sobre o tema. Fomos comunicados uma hora antes de fechar o pronto-socorro e chegou um e-mail dizendo que a unidade seria fechada porque as autoridades públicas não ajudam a instituição”, disse Chioro.
A questão virou alvo de disputa eleitoral entre Alckmin, candidato à reeleição, e o candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, que afirmou que o tucano trata a saúde como “mercadoria”. Padilha é ex-ministro da Saúde do governo Dilma.
O ministro, porém, tentou se esquivar da briga política. “A primeira preocupação que tenho é não partidarizar, não envolver as questões que envolvem a disputa eleitoral porque nós estamos falando do segundo maior serviço de urgência da cidade de São Paulo, então, não estamos falando de qualquer servicinho. É algo muito importante.”
Chioro defendeu ainda que os governos aliem esforços. “Nós temos que apoiar o governo do Estado e o gestor do contrato a buscar uma solução. (…) A secretaria estadual vai constituir uma comissão para avaliar as contas da Santa Casa, o secretário me pediu para indicar um técnico e vamos indicar, para colaborar.”
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