Após batalha judicial no Brasil, menina é operada nos EUA
Após uma batalha judicial, a menina Júlia Marcheti Ferraz, 5, portadora de paralisia cerebral, foi operada na sexta-feira (6) nos Estados Unidos. A cirurgia foi um sucesso e a criança passa bem. A família entrou com uma ação e conseguiu que o SUS (Sistema Único de Saúde) custeasse o procedimento, que custou perto de R$ 150 mil. A cirurgia foi realizada no Saint Louis Children's Hospital.
Diagnosticada com leucomalácia periventricular nível 3, um tipo de paralisia cerebral que causa rigidez muscular e compromete os movimentos dos membros, Júlia só conseguiria melhorar do problema com a cirurgia feita nos Estados Unidos. No Brasil, o procedimento só é realizado em casos mais severos da deficiência, a partir do grau 4. A expectativa, agora, é que, com a ajuda de fisioterapia, Júlia recupere boa parte dos movimentos.
"Já recebemos a mensagem que tudo correu bem e que a cirurgia foi um absoluto sucesso. A Júlia já foi para a sala de recuperação, e nós estamos em estado de êxtase aqui", disse o pai de Júlia, Alexandre Ferraz, em entrevista ao UOL. O hospital confirmou a informação.
Operação
Júlia entrou em cirurgia por volta das 18h40, horário de Brasília, e o procedimento acabou por perto da meia-noite. Apesar do bom resultado, ainda não há previsão para a alta de Júlia. "Os médicos estão avaliando, não há previsão. Mas torcemos para que a estada seja breve", disse o pai.
A reportagem do UOL falou com Ferraz por volta das 7h40 da manhã de hoje (3h40 no horário dos Estados Unidos). "Acabei de acordar para ajudar a trocar a sonda urinária da Ju. Mas está tudo maravilhosamente bem, nós agradecemos muito toda a corrente positiva que foi feita no Brasil para a nossa filha", disse o pai. "Esperamos, agora, que ela volte a andar em breve", disse.
O caso
A família de Júlia Marcheti Ferraz, que mora em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), ingressou com a ação desde o ano passado na Justiça Federal pedindo que o governo brasileiro bancasse o procedimento, feito exclusivamente nos Estados Unidos.
A Justiça concedeu o pedido, mas o governo recorreu, em dezembro, e o dinheiro chegou a ser congelado. Só em janeiro, depois de correr o risco de perder a vaga no hospital norte-americano, os recursos foram definitivamente liberados.
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