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Quíntuplos nascem saudáveis, mas ficarão na UTI para ganhar peso

Karina Bárbara Barreira, 35, e o marido João Biagi Junior, 36, posam para fotos antes do nascimento dos quíntuplos, em São Paulo - Arquivo pessoal
Karina Bárbara Barreira, 35, e o marido João Biagi Junior, 36, posam para fotos antes do nascimento dos quíntuplos, em São Paulo Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

13/04/2015 16h13

A encarregada de vendas Karina Bárbara Barreira, 35, deu à luz quíntuplos nesta segunda-feira (13). São quatro meninas e um menino nascidos no Hospital Sepaco, na zona sul de São Paulo. A cesárea ocorreu um dia após a gestante completar sete meses de gravidez. Todas as crianças estão bem, embora estejam na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde devem permanecer até atingirem 1,8 kg.

Segundo a equipe médica que realizou o parto -- foram três obstetras, dois anestesistas, seis pediatras, três enfermeiras e seis técnicas -- todas as crianças têm condições de sobreviver, mas as próximas 48 horas serão fundamentais para o futuro delas.

A cesárea foi iniciada por volta das 10h40 e terminou perto de 11h30. O primeiro a nascer foi o menino, com 1,185 kg. As quatro meninas tinham pesos de 905g, 930g, 595g e 715g. Duas crianças respiram com a ajuda de aparelhos.

Segundo o médico Raymundo Nunes, coordenador do departamento de ginecologia do Sepaco, como os bebês costumam perder peso ao nascerem, é esperado que, em até dez dias, os cinco atinjam o peso de nascimento. A partir daí devem ganhar 20 gramas por dia. “Os bebês devem permanecer na UTI até que atinjam o peso de 1,8kg, o que, no caso do menino, deve acontecer em cerca de 40 dias”, disse.

O pai das crianças, João Biagi Junior, 36, acompanhou o procedimento e não conteve as lágrimas ao assistir ao nascimento dos filhos. “A gente sabia que podia acontecer uma coisa triste, mas a emoção foi boa, foi só choro de felicidade. Agora é continuar acompanhando, esperando que eles saiam, e ir fazendo estoque de fraldas”, disse o pai.

Nascimentos

De acordo com o médico Raymundo Nunes, o parto teve de ser antecipado por causa da insuficiência placentária, já que uma das meninas não estava recebendo a quantidade de sangue necessária para se desenvolver. A criança estava com baixos índices de oxigênio no sangue e poderia ter o futuro comprometido se o parto demorasse mais a ser feito.  “Constatamos o problema na sexta e esperamos o máximo que pudemos. Foi um caso de emergência, hoje era o último dia que podíamos esperar”, afirma.

Ainda segundo Nunes, o intervalo entre o nascimento do primeiro e do último dos bebês foi de três minutos. “Tivemos que fazer um parto rápido para evitar complicações que, felizmente, não ocorreram. Foi um parto de risco, muito difícil, mas o resultado foi excelente e estão todos bem”, disse ele, que esclareceu ainda que Karina também está na UTI. “É por uma questão de segurança, mas ela irá se recuperar e ter alto muito rapidamente”, disse.

O parto aconteceu um dia depois de Karina completar sete meses de gravidez, o que, segundo Nunes, aumentou as chances de sobrevivência das crianças. O profissional informou que foi utilizada uma técnica diferente para o corte. "No útero, nós optamos por um corte longitudinal porque a gente precisava de amplitude para retirar as crianças com mais facilidade e em menos tempo. A operação foi um sucesso e nenhuma criança precisou ser reanimada ao nascer”, informou.