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Por falta de médicos, posto de saúde manda pacientes procurarem o Samu

Eduardo Ferreira da Paz
Imagem: Eduardo Ferreira da Paz

Eduardo Schiavoni, do UOL em Americana (SP)

29/04/2015 20h10

Um aviso afixado no posto do Programa de Saúde da Família (PSF) do distrito do Rechã, em Itapetininga (SP), na manhã desta quarta-feira (29), informava que não havia médicos disponíveis para atender a população. Os usuários atendidos pela unidade eram orientados a procurar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu ) em caso de emergência.

O posto de saúde é o único a atender a população do Distrito do Rechã, área que concentra cerca de sete mil habitantes. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h e, de acordo com moradores do local ouvidos pelo UOL, a falta de médicos é constante. "Não temos médico. Em caso de urgência ou emergência, ligar para o Samu", dizia o texto, que informou, ainda, o número de atendimento do serviço, que é 192.

De acordo com a prefeitura, existem 62 médicos, hoje, na rede municipal. Eles são distribuídos em 27 unidades de saúde. No caso do Distrito do Rechã, o médico só trabalha três dias por semana. Nos demais dias, uma enfermeira responde pela unidade. "Vira e mexe falta médico, o plantão fica descoberto. Quem sofre é a população", conta o escriturário Januário Rizoletto, 43, morador na região.

Outro lado

A Prefeitura de Itapetininga informou que a colocação da placa não foi autorizada nem recomendada pela Secretaria de Saúde, e que a população não deve procurar o Samu para atendimento clínico, já que o serviço é exclusivo para atendimentos de urgências.

Não há informações sobre quem teria colocado o cartaz, segundo a administração. Uma das pessoas que trabalha no local relatou, entretanto, sob condição de anonimato, que a afixação foi feita pelos servidores do local para evitar conflitos com os usuários. A prefeitura ressaltou ainda que, se for confirmado que o cartaz foi colocado por um servidor, o mesmo está sujeito a sindicância. As penas possíveis variam de advertência à exoneração.

Sobre a falta de médicos, a administração ressaltou que, embora tenha realizado, no ano passado, um concurso para a área da saúde, incluindo a contratação de médicos, "não foi preenchido o número de vagas abertas, acarretando na ausência de médicos em alguns postos de saúde". "A administração municipal já está tomando as medidas para contratação de mais médicos e nos próximos dias a situação estará normalizada, inclusive no Distrito do Rechã", afirmou a administração, em nota.