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"Como a gente procura um marido bom, procura um doador bom"

Fertilização in vitro com sêmen estrangeiro aumentou no País - Getty Images
Fertilização in vitro com sêmen estrangeiro aumentou no País Imagem: Getty Images

Camila Neumam

Do UOL, em São Paulo

17/06/2015 06h00

A biomédica Carla*, 37, de São Paulo (SP), escolheu um doador canadense para gerar o seu primeiro filho. Ela é uma das clientes de clínicas de reprodução assistida que optou pela importação de sêmen estrangeiro. Em um ano, a compra de sêmen estrangeiro aumentou 500% no país, segundo a Anvisa.

Solteira, Carla optou por um homem com características caucasianas, semelhantes a de sua família de origem italiana, e que cursara ensino superior. O fato do doador já ter filhos aumentou o passe na hora da escolha. Agora ela curte a gravidez de quatro meses.

"Ele é canadense com descendência italiana e francesa, tem 1,85 m, cabelos claros e olhos azuis. Achei ele parecido comigo, que sou loira e também tenho os olhos azuis", conta.

"Achei importante ter uma pessoa que eu sabia que tinha um curso superior, uma educação melhor. Como a gente procura um marido bom, procura um doador bom", concluiu.

Já a advogada Luciana*, 44, de Santos (SP) optou por importar o sêmen depois de uma tentativa frustrada de engravidar com sêmen nacional. Solteira e sem filhos, ela deu preferência a um norte-americano de pele clara e com ensino superior.

Ela chegou a ver vários perfis de doadores estrangeiros pela internet e gostou da possibilidade de saber a incidência de mortes na família do doador.

“O intelecto contou mais do que a aparência física, mas claro que a aparência conta também, assim como o histórico de saúde, porque eu queria saber se ele era saudável.  Queria uma pessoa com terceiro grau completo ou até mais, uma pessoa bem sucedida na carreira, um caucasiano, com certeza”, afirmou.

*Os nomes são fictícios