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"Relação com médicos cubanos não é para a vida inteira", afirma Chioro

O ministro da Saúde, Arthur Chioro - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Saúde, Arthur Chioro Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/07/2015 23h46

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (20), que o objetivo da pasta é preencher as vagas do Mais Médicos que forem abrindo com médicos brasileiros. Segundo ele, as últimas vagas que se abriram foram preenchidas por médicos brasileiros. “A relação com os médicos cubanos não é uma relação para durar uma vida inteira”, afirmou o ministro.

“A tendência é ir abrindo para os médicos brasileiros, agora em julho vamos abrir mais 300 vagas”, acrescentou. “Quando olho o Brasil no futuro, em 2040, é provável que tenhamos médicos estrangeiros, como muitos países têm, mas estruturalmente vamos resolver o problema com a ampliação da oferta”, completou.

Segundo o ministro, o país sofre um problema na formação de médicos. A média do país é de 1,8 médico para cada 100 mil habitantes, enquanto em grande parte do mundo essa média é de “três para cima”. “Não podemos assistir quietos esperando essa situação se equilibrar. Precisamos de 11.500 vagas em universidades, já foram criadas 7.500, sendo 1.700 por universidades públicas”, disse o ministro.

SUS

“Considero o SUS uma conquista da sociedade brasileira, um avanço civilizatório ter um sistema que nos obriga a garantir a universalidade e a integralidade, precisamos prover da vacina ao transplante de alta complexidade. Porém é notório que temos um sistema pouco subsidiado”, afirmou.

Segundo ele, no Reino Unido, onde há um sistema gratuito público de saúde, o gasto por habitante é de US$ 3 mil, enquanto no Brasil a média de gastos da saúde com os habitantes é de US$ 525.

“São números da OMS. Não temos sistemas universais que coloquem menos de US$ 3 mil por habitante. Portanto além de gastar melhor, é fundamental que haja um debate sobre o sistema que queremos ter. Queremos um sistema universal com qualidade? Então vamos precisar desse debate na sociedade brasileira”, afirmou.

Corte de recursos

Ao ser questionado sobre o corte de verbas para a Saúde, o ministro negou que haja um menor orçamento neste ano. “Estamos honrando com nossos compromissos. Nossos programas novos, como o Mais Especialidades, serão implementados com recursos novos, que virão do Orçamento Geral da União”, afirmou.

Segundo ele, o programa Mais Especialidades é um novo programa para garantir mais acesso ao atendimento especializado no SUS. “Não vamos começar com todas as especialidades, estamos fazendo estudos de demanda com a população, para entender quais as especialidades que têm mais dificuldade de acesso. É uma estrategia de reestruturação sistêmica e uma profunda transformação, centrada na lógica que é preciso garantir acesso aos especialistas”, concluiu.