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Radiação solar atinge índice extremo em 17 capitais e DF; saiba se proteger

Dabldy/iStock
Imagem: Dabldy/iStock

Do UOL, em São Paulo

17/09/2016 06h00

Nem chegou o verão e os índices de radiação ultravioleta provenientes do Sol já estão altos em todo o país, o que exige mais cuidados com a saúde.

Segundo previsão do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em pelo menos 17 capitais e no Distrito Federal o nível de radiação ultravioleta (UV) já atinge o nível extremo e deve continuar assim nos próximos dias. Em quatro capitais, a radiação alcança índices muito altos, e, em cinco capitais, todas na região Sul e Sudeste, o índice é considerado alto.

O índice UV é uma medida da intensidade da radiação ultravioleta incidente sobre a superfície da Terra, que pode ser UVA e UVB. A radiação UVA é mais intensa antes das 10h e depois das 16h. A radiação UVB é mais intensa no verão, predominantemente entre as 10h e às 16h. 

O INPE classifica cinco níveis de radiação ultravioleta: baixo (<2), moderado (3 a 5), alto (6 a 7), muito alto (8 a 10) e extremo (>11).

Norte e Nordeste no extremo

No Norte e Nordeste, todas as capitais já atingem índices extremos de radiação UVA (entre 11 e 12) e devem continuar assim até pelo menos terça-feira (19).

No Centro-Oeste, Goiânia (GO) e Brasília (DF) já têm índices extremos entre 11 e 12, enquanto Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT) variam entre índices muito altos e extremos até a próxima semana.

No Sul e Sudeste, por outro lado, a maioria das capitais está livres da radiação extrema, mas ainda apresentam índices muito altos e altos de radiação ultravioleta.

No Sudeste, todas as capitais já atingiram o índice muito alto, o que deve continuar na próxima semana. No Sul, a radiação pega um pouco mais leve, mas ainda está alta em todos as capitais e muito alta em Curitiba e em Florianópolis (8).

Protetor solar evita câncer de pele

protetor solar - Thinkstock - Thinkstock
Imagem: Thinkstock

É a camada de ozônio a responsável por filtrar mais de 90% dos raios ultravioletas vindos do Sol. Mas, mesmo assim, os raios chegam à Terra, especialmente no horário de pico (entre 9h e 15h). Com isso, ficamos mais vulneráveis aos seus efeitos nocivos à saúde.

A alta incidência de raios ultravioletas aumenta a probabilidade de sofrer queimaduras na pele, que a longo prazo podem causar lesões e até câncer de pele. Além disso, a exposição ao UVA aumenta a chance de ter catarata precoce e outros problemas oculares.

“Mesmo em um dia de Sol sem nuvens, os raios ultravioletas têm contato total com a pele. Por isso mesmo essa radiação se torna um perigo para a pele”, afirma a dermatologista Carla Vidal.

Vidal, especialista em retirada de tumores cancerígenos, afirma que a exposição contínua da pele com os raios ultravioletas é o principal causador do câncer de pele, doença cujos números vem aumentando no país. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil, correspondente a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Em 2016, estima-se que haverá mais de 176 mil casos de câncer de pele não-melanoma e 5.670 do tipo melanoma no Brasil.

A forma mais eficiente de se proteger contra os raios ultravioletas é usar o famoso filtro solar todos os dias ou um bloqueador solar para quem fica ao ar livre. Durante a compra, vale checar também o fator de proteção PPD (Persistent Pigment Darkening), algo como escurecimento permanente da pigmentação, cuja sigla representa a proteção da pele contra a incidência de raios UVA. Em alguns produtos a sigla surge como FPS UVA.

“O fator UVA é o mais agressivo porque irradia o ano inteiro, enquanto o fator UVB surge mais no verão. O uso do protetor solar evita o efeito acumulativo da exposição à radiação que causa câncer e o envelhecimento da pele”, afirma.

Segundo Vidal, o PPD deve corresponder a um terço do fator de proteção solar escolhido. Por exemplo, se for FPS 30, o PPD deve ser 10.

Óculos com filtro contra catarata 

óculos escuros - Kieferpix/istock - Kieferpix/istock
Imagem: Kieferpix/istock

“As pessoas desconhecem os malefícios da radiação ultravioleta para os olhos, mas eles podem ser evitados com medidas simples como o uso de viseiras e bonés com aba para frente, chapéus e óculos com filtros UV”, afirma Leôncio Queiroz Neto, do Institutito Penido Burnier em Campinas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda usar óculos com lentes que filtrem 100% dos raios UV quando a radiação atinge 6.

Segundo Neto, quando a radiação é maior e a exposição é contínua, pior podem ser seus efeitos aos olhos a longo prazo. A exposição pode causar ceratite na córnea, catarata, pterígio (crescimento do tecido da conjuntiva sobre a córnea) e a degeneração macular, que afetam ou mesmo causam a perda da visão.

E quem pensa que está protegido com óculos escuros, cuidado. Estes óculos sem o filtro de proteção contra a radiação solar causam um efeito reverso.

Isso porque, as lentes escuras fazem com que a pupila dilate e haja uma penetração mais intensa da radiação no globo ocular. O resultado são doenças na córnea, cristalino e retina.

“Para quem precisa usar óculos de grau, é possível aplicar nas lentes um filtro UV transparente que além de proteger os olhos do Sol, evita danos causados pela luz azul emitida por equipamentos eletrônicos”, explica Neto.