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Morre youtuber que disse ter curado câncer de mama com dieta vegana

Reprodução/Youtube
Imagem: Reprodução/Youtube

Do UOL, em São Paulo

22/02/2018 21h02

A youtuber vegana Mari Lopez que disse que havia curado um câncer de mama com sua dieta morreu. Segundo a sobrinha Liz Johnson, com quem dividia o canal "Liz & Mari", a doença espalhou pelo sangue, fígado e pulmões e a norte-americana acabou morrendo em dezembro do ano passado.

Mari foi diagnosticada com câncer de mama em 2015 e, em seu canal, dizia aos 11,7 mil inscritos que tinha substituído o tratamento tradicional por uma alimentação que exclui qualquer tipo de alimento de origem animal.

Começou o "seu tratamento" com uma desintoxicação do organismo a base de suco, que durou 90 dias. E, em quatro meses, ela disse ter se curado e atribuiu a vitória "ao novo regime" e a “Deus".

"É minha escolha, estou bem, não morri e não estou no hospital", disse Mari em um vídeo intitulado "Perguntas frequentes sobre a transformação do câncer". "Acabou. Sinto isso no meu espírito e no meu corpo", acrescentou ela na ocasião.

Em entrevista ao Newsweek, a Sociedade Americana do Câncer alertou para os métodos de tratamento não comprovados: "Desconfie de qualquer tratamento que diga que pode curar o câncer. Suspeite de um tratamento que pode curar todos os tipos de câncer e outras doenças que são difíceis de tratar." 

Segundo o órgão, grande maioria dos produtos e das práticas com essas características não "é comprovada". 

Tratamentos alternativos dobram chance de morte

Um estudo publicado pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos aponta que pacientes que abandonam tratamentos como a quimioterapia para buscar caminhos com menos efeitos colaterais têm o dobro de chance de morrer.

O médico Skyler Johnson, da Escola de Medicina de Yale, avaliou informações de 840 pacientes diagnosticados com a doença entre os anos de 2004 e 2013. Foram pesquisados os tipos mais comuns de câncer no país: mama, próstata, pulmão e colorretal. A comparação foi feita entre 280 pacientes que optaram por tratamentos alternativos e 560 que tiveram tratamento convencional.

O resultado foi alarmante: quem optou por não fazer a quimioterapia, cirurgia ou algum tratamento com radiação teve 2,5 vezes mais chances de morrer durante um período de cinco anos e meio após a escolha do que quem estava no outro grupo durante o mesmo período de tempo.

Segundo o estudo, o que acontece é que, sem seguir as recomendações médicas e optando por métodos não convencionais, o câncer avança. Ele cresce e atinge outras áreas do corpo, se espalhando para os gânglios linfáticos e órgãos mais distantes.