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Ministério da Saúde confirma 6 casos de sarampo e 24 suspeitos em Roraima

3.mar.2018 - Vacinação de crianças venezuelanas em Pacaraima (RR) - UOL
3.mar.2018 - Vacinação de crianças venezuelanas em Pacaraima (RR) Imagem: UOL

Do UOL, em São Paulo

06/03/2018 17h26

O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira (6) seis casos de sarampo - incluindo um óbito - e 24 suspeitos em Roraima. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, dentre os casos em avaliação, dez são brasileiros. Os outros infectados são venezuelanos que buscam refúgio no Brasil em razão da crise de abastecimento que toma o país vizinho.

Para enfrentar o surto e evitar que o vírus chegue aos brasileiros e chegue a outros Estados, o Ministério da Saúde anunciou a intenção de vacinar 400 mil pessoas em Roraima, entre brasileiros e imigrantes.

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A vacinação, que começa no próximo sábado (10) e vai até o dia 10 de abril, abrangerá todos os 15 municípios do Estado, principalmente Pacaraima, cidade fronteira com a Venezuela e principal porta de entrada dos imigrantes. "O ministério repassou recursos para as secretarias municipais, ampliou atendimento na atenção básica, enviou a Força Nacional do SUS e está reformando e equipando o hospital de Paracaíma", informou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, em coletiva de imprensa em Brasília.

O ministério também anunciou uma campanha publicitária, que será divulgada na televisão, rádio, internet, carro de som e mobiliário urbano. Uma cartilha em português e espanhol também será distribuída.

O público-alvo são as pessoas não vacinadas entre 6 meses e 49 anos de idade. "A vacina tríplice viral é contraindicada para gestantes e crianças abaixo dos seis meses", informou o ministro. A pasta desaconselha gravidez até, pelo menos, um mês após a vacinação.

Além da campanha de vacinação, outras ações tentam evitar novos casos da doença. O Ministério da Saúde treinou 277 profissionais de saúde e 26 técnicos sobre aspectos gerais da doença e ações de vigilância epidemiológica. Os gestores locais reavaliaram mais de 42 mil prontuários e fichas de atendimento a fim de encontrar casos de sarampo que possam ter passado despercebidos pela assistência.

Como até o momento os casos confirmados envolvem apenas estrangeiros, o Brasil permanece com o certificado de eliminação do sarampo, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em 2016. "É prematuro. A certificação se perde quando há uma transmissão contundente, e este não é o caso do Brasil", afirmou Joaquín Molina, representante da Opas no Brasil. "Há oito países com casos de sarampo neste momento, é a Venezuela é o mais grave."