Lula vai à casa de Boulos gravar participação em propaganda eleitoral na TV
O presidente Lula (PT) vai participar de gravações na casa de Guilherme Boulos para a propaganda do candidato do PSOL a prefeito de São Paulo na TV.
O que aconteceu
Primeiro programa de TV vai reforçar o aspecto "pai de família" de Boulos. As gravações acontecerão neste sábado (23), na casa onde Boulos vive com a esposa e as duas filhas, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo. Lula deve aparecer em imagens ao lado da família, em tom informal e intimista.
Conteúdo deve ser usado na estreia do programa eleitoral de Boulos na TV, em 30 de agosto. O objetivo é demarcar para o eleitorado, logo no início da campanha televisiva, que Boulos é o candidato de Lula em São Paulo.
Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (22) mostra que 44% dos eleitores de Lula votariam em Boulos. Interlocutores do deputado federal acreditam que ele tende a crescer neste segmento quando a associação com o presidente ficar clara para o eleitorado lulista.
A escolha da casa como cenário do primeiro programa reforça a estratégia da campanha de afastar o estigma de radical do psolista. O objetivo é mostrar um Boulos para além da trajetória como líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) que o marcou. Para isso, a equipe do deputado tem explorado nas redes sociais facetas como as formações como professor e psicanalista, vídeos em família e a escolha da palavra "amor" como mote da coligação.
Lula também participará de um comício com o candidato no bairro, durante a manhã. A primeira atividade de campanha oficial com o presidente seria no Grajaú, extremo sul da cidade, mas a equipe optou pelo Campo Limpo devido à proximidade com a casa de Boulos, onde acontecerão as gravações. Lula deve ir ao Grajaú com o candidato em uma caminhada no fim de setembro.
Imagem do presidente é importante para reforçar polarização que campanha tenta explorar. Interlocutores afirmam que a candidatura de Boulos irá se mostrar como a possível para barrar o avanço do bolsonarismo na cidade. Segundo o último Datafolha, Boulos (23%) está empatado tecnicamente com Pablo Marçal (21%) e Ricardo Nunes (19%), representantes da extrema-direita em São Paulo.
Programas eleitorais também devem reforçar propostas do plano de governo e a imagem da vice Marta Suplicy (PT). Para a campanha é importante apresentar a ex-prefeita para atrair o eleitorado da periferia, que pode lembrar da gestão dela com a construção dos CEUs e a chegada do Bilhete Único.
Campanha vai enfatizar legado das gestões progressistas nas cidade. A ideia é associar a candidatura aos feitos positivos de Luiza Erundina (PSOL), Marta e Fernando Haddad (PT) na cidade. Para o entorno do deputado, é importante colar Boulos, sobretudo, a Lula e Marta para atrair votos na periferia — onde ele tem aparecido com menor intenção de votos.
Aliados têm grande expectativa com horário eleitoral. Em 2020, Boulos contava com menos de 30 segundos na grade da TV e rádio. Agora, com o PT na coligação, ele chega a mais de 2 minutos. Procurada, a campanha não se manifestou sobre as gravações com Lula neste sábado.
Lula já falou que a eleição de Boulos é uma das prioridades do ano. O resultado de São Paulo pode ser um termômetro para a disputa presidencial em 2026.
Nunes vai gravar com Bolsonaro
O prefeito Ricardo Nunes chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para gravar propaganda eleitoral e conteúdo para as redes sociais. O movimento do candidato à reeleição pelo MDB é uma reação à subida de Pablo Marçal registrada pela pesquisa Datafolha. Segundo a apresentadora e colunista do UOL, Fabíola Cidral, as gravações devem acontecer na próxima semana.
A assessoria do ex-presidente confirma o convite, mas disse que a data ainda não foi fechada. O convite ocorre em meio ao mal-estar dos bolsonaristas sobre o abandono de Bolsonaro na campanha de Nunes.
O crescimento de Marçal acirrou a divisão do bolsonarismo em São Paulo. Aliados afirmam que Bolsonaro vai atuar de uma forma mais incisiva nas redes sociais contra o influenciador. O UOL apurou que o ex-presidente está insatisfeito com os comentários do empresário e deve confrontá-lo com mais frequência. Um dos interlocutores de Bolsonaro ouvidos pela reportagem disse que a "lua de mel" entre ambos está suspensa até, pelo menos, o segundo turno.
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Quero receberBase bolsonarista paulista está dividida. Eles afirmam que após Bolsonaro ter comentado publicações de Marçal a disputa entre eleitores da direita se acirrou. Segundo lideranças do PL ouvidas pelo UOL, o apoio ao candidato do PRTB não significa "falta de lealdade" a Bolsonaro, mas uma discordância em relação ao apoio para reeleição de Ricardo Nunes (MDB).
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