Bolsonaro propõe exame presencial; estrangeiros já fazem prova prática
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a falar nesta sexta-feira (16) sobre a saída dos cubanos do programa Mais Médicos, anunciada dois dias atrás, e defendeu a necessidade de que o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos) seja feito presencialmente, para "assistir ao médico atender o povo".
Ocorre que, segundo o MEC (Ministério da Educação), o exame a que são submetidos médicos estrangeiros que participam do programa, inclusive os cubanos, já inclui prova prática, na qual o participante "executa dez tarefas para uma banca examinadora suas habilidades para o exercício da função médica".
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"Será que nós devemos destinar aos mais pobres profissionais entre aspas sem qualquer garantia de que eles sejam razoáveis profissionais no mínimo? Isso é injusto, isso é desumano. E eu, não sou presidente ainda, mas, se fosse, exigiria isso. Um Revalida presencial, [para] assistir o médico, atender o povo", declarou Bolsonaro em breve entrevista coletiva no Rio de Janeiro.
Ao ser questionado sobre as críticas sobre a saída de mais de oito mil médicos cubanos do Brasil, o presidente eleito iniciou sua resposta com ironia. "Vamos falar em direitos humanos? Quem diria, né? Tanta crítica que eu sofri nessa...", disse, passando a se dirigir em seguida à repórter que fez a pergunta.
"Eu não tô vendo a senhora aqui dado os holofotes. Talvez a senhora seja mãe. Imaginou a senhora ficar longe dos seus filhos por um ano? É a situação de praticamente escravidão que estão submetidos os médicos e as médicas cubanas no Brasil. Imaginou confiscar da senhora 70% do seu salário?", questionou.
Ele disse ainda que nunca viu uma autoridade no Brasil dizer que foi assistida ou atendida por um médico cubano.
Bolsonaro justificou a necessidade do Revalida para os cubanos porque "o que nós temos ouvido em muitos relatos são verdadeiras barbaridades", sem detalhá-las. "Não queremos isso para ninguém no Brasil, muito menos para os mais pobres. E queremos o salário integral e o direito de trazer a família para cá. Isso é pedir muito? Isso está em nossas leis, que estão sendo desrespeitadas", declarou.
"E mais ainda: há quatro anos e pouco, quando foi discutida a medida provisória [que instituiu o programa], o governo da senhora Dilma [Rousseff] em alto e bom som disse que qualquer cubano que porventura pedisse asilo seria deportado. Se eu for presidente, o cubano que pedir asilo aqui justifica, no meu entender, pela ditadura da ilha, terá o asilo concedido da minha parte", disse Bolsonaro, que já havia feito a mesma promessa na quarta-feira (14), em Brasília.
Ele então encerrou a entrevista, justificando que o assunto saiu da área militar. O eleito estava no 1º Distrito Naval, no centro do Rio de Janeiro, onde tomou café da manhã e visitou as instalações do local com o comandante da Marinha, o almirante Eduardo Leal Ferreira.
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