Justiça manda governador de RO, pró-Bolsonaro, manter comércio fechado
Marcelo Oliveira
Do UOL, em São Paulo
31/03/2020 10h36Atualizada em 01/04/2020 20h59
A Justiça de Rondônia determinou ontem à tarde que o governo estadual não reduza o isolamento social até que o estado e seus municípios provem que tenham kits para detectar a covid-19, doença causada pelo coronavírus, estruturem e coordenem as redes de saúde locais e forneçam equipamentos de proteção para os profissionais de saúde.
Rondônia, assim como Santa Catarina e Mato Grosso, foi um dos três Estados que apoiou a reabertura de parte do comércio após o pronunciamento de rádio e TV do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última terça-feira (24), no qual ele disse que as medidas do gênero seriam "histeria".
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Na liminar, a juíza Inês Moreira da Costa deu 48 horas para que o governo de Rondônia e o governador Coronel Marcos Rocha, aliado de Bolsonaro, prestem informações sobre as alegações do MP na ação.
A promotoria cita a Organização Mundial de Saúde e defende o isolamento social como medida para barrar o avanço da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Rondônia tem, oficialmente, seis casos da doença. Mas os números reais, no Brasil e no mundo, devem ser maiores.
Restaurante em rodovias foram reabertos
As restrições em Rondônia foram flexibilizadas dias após a fala de Bolsonaro. Foi permitida a reabertura de restaurantes à margem de rodovias, além do transporte aquaviário.
Ontem (29), Santa Catarina anunciou que recuou no plano de reabrir comércio e serviços a partir de 1º de abril. Segundo o governador Carlos Moisés (PSL) disse a prefeitos, a reabertura do comércio dependerá da chegada de recursos e equipamentos para profissionais da saúde por parte do governo federal, além de materiais para leitos de UTI já adquiridos pela secretaria estadual da saúde.
Por enquanto, apenas Mato Grosso mantém o discurso de que permitirá a volta gradual do comércio. Mas o MP Estadual ingressou com uma ação contra a mudança nas medidas restritivas.