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'Pressa é inimiga da perfeição', diz Queiroga sobre vacinar crianças

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje que não há pressa para definir se crianças devem ou não se imunizar contra covid Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

20/12/2021 08h35Atualizada em 20/12/2021 09h20

O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se posicionou na manhã de hoje sobre a imunização infantil contra a covid-19 no Brasil. O cardiologista afirma que "a pressa é inimiga da perfeição" e que não pretende acelerar as decisões sobre a vacinação contra o coronavírus para crianças entre 05 e 11 anos. As declarações foram transmitidas pela GloboNews.

Não é um comunicado público que vai fazer o Ministério da Saúde se posicionar de uma maneira ou de outra. Eu preciso de toda a análise. A análise da qualidade, da evidência científica apresentada, avaliação da amostra de pacientes. O Ministério da Saúde é o responsável pela política pública de saúde. A pressa é inimiga da perfeição
Marcelo Queiroga, Ministro da Saúde

Queiroga divergiu das informações favoráveis à imunização, divulgadas pela CETAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19), ligada à pasta. A decisão da câmaraI ocorreu durante a reunião do comitê formado por médicos e pesquisadores na última sexta-feira (17) e desmentiu a fala do ministro de que a câmara se reuniria apenas no dia 22 para "oferecer suas opiniões e seu documento técnico" sobre a vacinação infantil.

O ministro declarou ainda que soube da decisão emitida pelo CETAI pela imprensa, e descredibilizou as sugestões ao dizer que não chama a decisão de documento por não conter assinatura. "Documento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que recebi foi esse aqui, tem um ofício e depois um comunicado público", disse.

Ao ser questionado as razões para que não seja agilizada a imunização de crianças entre 05 e 11 anos, Queiroga demonstrou impaciência com o repórter, e rebateu:

Esse joguinho não adianta, a população brasileira confia em nós, estamos fazendo a análise correta, quando você tiver um filho de 5 a 11 anos você vai entender isso. Os pais terão resposta no momento certo. Não vou me manifestar com base em um documento público de três páginas
Marcelo Queiroga

O Ministério da Saúde realizará uma consulta pública sobre o assunto antes de tomar a decisão final. "Não é uma eleição, para saber o que quer e o que não quer. É ouvir a sociedade. Depois essas contribuições são analisadas pela área técnica, se faz uma audiência pública, onde se discutirá aprofundadamente esse assunto. Após, o Ministério da Saúde fará suas recomendações", detalhou Queiroga.

As falas do ministro seguem o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é contrário à vacinação infantil e chegou a ameaçar divulgar o nome dos técnicos da Anvisa que aprovaram o uso da vacina desenvolvida pela Pfizer.

Doses da Pfizer ao PNI

De acordo com Queiroga, o contrato com a Pfizer inclui a entrega, até dezembro, de 700 milhões de doses do imunizante contra o coronavírus. O gestor do Ministério da Saúde disse também que os termos contratuais obrigam a farmacêutica a fornecer vacinas para todas as faixas etárias incluídas no PNI (Programa Nacional de Imunização).

Na sequência, o ministro relembrou que na próxima quarta-feira (22) a sua gestão completará nove meses e a comparou com o planejamento do ex-presidente Juscelino Kubitschek — que estabeleceu um plano de aceleração do crescimento nacional de 50 anos em cinco.

"Em nove meses, houve a redução de 90% dos óbitos [por covid], os dados estão aí", disse Queiroga sem afirmar qual seria a fonte da informação.

Brasil é o 2º do mundo no ranking de mortes infantis por covid

Dados da Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância da Gripe) mostram que até maio deste ano, 948 crianças de zero a nove anos morreram de covid-19 no país. Os números foram consolidados pelo Estadão em parceria com especialistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

O primeiro lugar em número de mortes é o Peru, que a cada milhão de crianças de zero a nove anos, 41 perderam a vida por complicações geradas pelo coronavírus.

No Brasil, a cada milhão, 32 morreram por covid. A Argentina e Colômbia registraram 12 e 13 mortes por milhão, segundo o levantamento que avaliou 11 países.

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