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Queiroga diz que anunciará decisão sobre vacinar crianças em 5 de janeiro

Vacinação de crianças entre 5 e 11 anos com o imunizante da Pfizer já foi autorizada pela Anvisa há 2 dias - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Vacinação de crianças entre 5 e 11 anos com o imunizante da Pfizer já foi autorizada pela Anvisa há 2 dias Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

18/12/2021 14h31Atualizada em 19/12/2021 07h26

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje que o Ministério da Saúde fará uma audiência pública em 4 de janeiro de 2022 para discutir a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19, já autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) há dois dias. A decisão final, segundo Queiroga, será divulgada no dia seguinte, em 5 de janeiro.

"No dia 22 de dezembro, a CTAI [Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19] vai oferecer suas opiniões, seu documento técnico, e a secretária [extraordinária de enfrentamento à Covid] Rosana Leite de Melo vai colocar esse documento para apreciação em uma consulta pública com toda a sociedade brasileira. No dia 4 de janeiro, faremos uma audiência pública aqui no Ministério da Saúde", explicou Queiroga durante coletiva.

O contrato que fizemos [com a Pfizer, única liberada para crianças] para 2022 inclui não só a atualização dessa vacina para possíveis variantes que surjam, como é o caso da ômicron, como também para todas as faixas etárias incluídas no PNI [Programa Nacional de Imunizações]. Quero dizer à população brasileira que todas as faixas etárias que foram incluídas no PNI serão contempladas. Nós teremos doses disponíveis.
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

Ontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu prazo de 48 horas para que o governo federal apresente a complementação do PNI para incluir o público infantil, com detalhes sobre o início e o fim da campanha de vacinação das crianças.

O cronograma, definiu Lewandowski, deve viabilizar "a cobertura vacinal adequada de toda a população infantil antes da retomada das aulas, bem como a previsão de um dia nacional (Dia D) para vacinação, ou mesmo a designação de possíveis datas para a realização de grandes mutirões de incentivo e vacinação".

A decisão atende a uma ação movida pelo PT, que citou a posição favorável da Anvisa à vacinação de crianças contra a covid-19, anunciada na última quinta-feira (16).

Até agora não há previsão para o início da campanha para o público infantil, uma vez que o Ministério da Saúde não comprou doses pediátricas — que correspondem a um terço das aplicadas nos adultos — do imunizante. Em nota divulgada nesta semana, a Pfizer informou que o contrato para fornecimento de 100 milhões de vacinas em 2022 inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas, mas o envio depende de um pedido do governo brasileiro.

Bolsonaro é contra

Mesmo com a autorização pela Anvisa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já se manifestou contra a vacinação de crianças contra a covid-19 em diversas ocasiões. Na quinta (16), durante sua live semanal, ele ainda anunciou que pediu os nomes dos técnicos da Anvisa responsáveis por aprovar a vacina ao público infantil e disse que avaliaria com a primeira-dama Michelle se vai ou não imunizar a filha Laura, de 11 anos.

"Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para 5 a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas", afirmou Bolsonaro. "A responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos de idade e vou estudar com a minha esposa bastante isso aqui." (Assista abaixo)