Covid-19: Sem dados de São Paulo, Brasil tem média de mortes acima de 100
A média de mortes por covid-19 foi de 106 casos no Brasil. O dado é do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
Até agora, o número total de mortes pela covid no Brasil é de 618.870. Já o número de pessoas que tiveram o diagnóstico positivo para doença passa de 22,2 milhões.
O governo do estado de São Paulo não divulgou seus números e informou que "até o momento, não foi possível fazer extrações dos sistemas federais onde são notificados os casos de Covid-19, impactando na publicação das estatísticas atualizadas".
"As falhas persistem desde a primeira quinzena de dezembro, inviabilizando o acesso de gestores, imprensa e população às estatísticas", afirmou o órgão por meio de nota.
Desde 10 de dezembro, quando sites e plataformas do Ministério da Saúde sofreram ataques hacker, há falhas na divulgação dos dados de covid-19. De acordo com o o Ministério da Saúde, o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19, foi restabelecido na terça-feira (21). Ainda assim, alguns estados diziam estar enfrentando problemas.
O apagão dificulta a análise dos cenário da covid-19 no país. Por conta do problema verificado nos últimos 19 dias, não é possível saber o tamanho da queda que a média de mortes registrada hoje representa. No entanto, sabe-se que o país vive uma tendência de redução no número de mortes pela covid-19.
A média de mortes por dia é calculada a partir dos últimos sete dias. Essa é a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado. Já nos primeiros dias úteis da semana, costuma haver uma alta também artificial, decorrente da introdução de dados represados no fim de semana. Ao calcular a média, essas distorções são corrigidas, obtendo-se um cenário mais realista da pandemia.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.
No entanto, devido ao apagão de dados de covid, a variação não necessariamente espelha o que vem ocorrendo em cada estado.
Região Sudeste
- Espírito Santo: estabilidade (-14%)
- Minas Gerais: queda (-72%)
- Rio de Janeiro: alta (31%)
- São Paulo: queda (-72%)
Região Norte
- Acre: estabilidade (0%)
- Amazonas: alta (71%)
- Amapá: alta (233%)
- Pará: queda (-48%)
- Rondônia: estabilidade (-5%)
- Roraima: queda (-43%)
- Tocantins: estabilidade (0%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-89%)
- Bahia: estabilidade (-14%)
- Ceará: estabilidade (-3%)
- Maranhão: alta (33%)
- Paraíba: estabilidade (10%)
- Pernambuco: estabilidade (-10%)
- Piauí: alta (21%)
- Rio Grande do Norte: queda (-32%)
- Sergipe: queda (-100%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-52%)
- Goiás: estabilidade (0%)
- Mato Grosso: alta (42%)
- Mato Grosso do Sul: alta (2200%)
Região Sul
- Paraná: queda (-59%)
- Rio Grande do Sul: queda (-39%)
- Santa Catarina: alta (27%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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