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Urina preta: Pará investiga uma morte e mais 3 casos após consumo de peixe

Em 2021, um decreto chegou a proibir o consumo e a venda dos peixes pirapitinga, pacu e tambaqui - Colônia de pescadores Z-42
Em 2021, um decreto chegou a proibir o consumo e a venda dos peixes pirapitinga, pacu e tambaqui Imagem: Colônia de pescadores Z-42

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, em Belém

27/06/2022 10h31

A Secretaria de Saúde do Pará está investigando quatro casos suspeitos da doença de Haff, conhecida como doença da urina preta. Um dos pacientes, que tinha outras comorbidades, morreu. Os outros três estão sendo acompanhados. Em 2021, o estado registrou 25 casos confirmados da doença.

Os casos foram registrados na zona rural de Óbidos. Os pacientes apresentaram sintomas como dor muscular intensa, abdominal e urina escura após o consumo de peixe da espécie pacu, que é típico da região. Amostras foram coletadas para análise na Vigilância Epidemiológica do município.

O órgão também emitiu um alerta epidemiológico a profissionais de saúde da rede pública e privada para a identificação e comunicação de casos suspeitos e às autoridades municipais para aplicação de medidas preventivas.

Moradores da região foram orientados a evitar o consumo de pescados como pirapitinga (Piaractus brachypomus), tambaqui (Colossoma macropomum) e pacu (Piaractus mesopotamicus).

A doença de Haff está associada ao consumo desses pescados de água doce, por conta da presença de uma toxina que provoca a síndrome. Mas também pode estar relacionada ao consumo de crustáceos, como o camarão.

A orientação do órgão de saúde é que os pacientes com sintomas como fraqueza, dor muscular, dor de cabeça, dormência e urina escura, no período de 2 a 12 horas após o consumo do peixe, procurem atendimento médico.

Vítima

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Óbidos informou que o paciente que morreu com suspeita da doença é um idoso. O caso foi detectado em um hospital particular em Santarém.

Os demais suspeitos são todos da mesma família e apresentaram sintomas, após consumir a mesma refeição que o idoso. Os outros pacientes estão estáveis, já receberam alta e não correm risco de morte. Eles estão sendo monitorados pelo órgão de saúde.

O Departamento de Vigilância em Saúde está realizando o relatório do caso com todos os detalhes do processo de investigação epidemiológica, e a coleta dos materiais (sangue e urina dos notificados vivos) que seguirão ainda hoje para análise do Laboratório Central (Lacen) em Belém (PA).