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Dupla de cientistas recebe Nobel de Medicina por vacina da mRNA

Do UOL, em São Paulo*

02/10/2023 07h05Atualizada em 02/10/2023 14h34

O Prêmio Nobel de Medicina de 2023 foi entregue a uma dupla de cientistas que ajudaram a desenvolver a vacina de RNA mensageiro contra a covid-19.

O que aconteceu:

A bioquímica húngara Katalin Karikó e o pesquisador americano Drew Weissman foram anunciados hoje como os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2023 por seus trabalhos sobre RNA mensageiro (RNAm), que abriram o caminho para o desenvolvimento das vacinas contra covid-19.

O Prêmio Nobel deste ano reconhece a descoberta científica básica que mudou fundamentalmente nossa compreensão de como o mRNA interage com o sistema imunológico e teve um grande impacto na sociedade durante a recente pandemia.
Rickard Sandberg, membro da Assembleia do Nobel no Instituto Karolinska

Eles dividirão um prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5 milhões), além de receber diplomas e medalhas de ouro de 18 quilates. O rei sueco entregará os prêmios em uma cerimônia em Estocolmo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel, seguida de um luxuoso banquete.

Os vencedores

Katalin Karikó foi vice-presidente sênior e chefe de substituição de proteínas de RNA na BioNTech até 2022 e, desde então, tem atuado como consultora da empresa. Ela também é professora da Universidade de Szeged, na Hungria, e professora adjunta da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia.

Ela descobriu uma maneira de evitar que o sistema imunológico inicie uma reação inflamatória contra o mRNA feito em laboratório, o que antes era visto como um grande obstáculo contra qualquer uso terapêutico do mRNA.

Weissman é professor de pesquisa de vacinas na Perelman.

Sobre a premiação

A bioquímica Katalin Karió é apenas a 13ª mulher a ser agraciada com o Nobel de Medicina. A primeira foi a americana Gerty Cori em 1947, que desenvolveu pesquisas essenciais para a melhor compreensão da diabetes.

A única mulher a conquistar a láurea sem compartilhá-la com outros cientistas foi Barbara McClintock, em 1983, por suas descobertas sobre os chamados "genes saltadores", que transitam no genoma e são capazes de se mover e se replicar em segmentos do DNA.

Os prêmios, entregues pela primeira vez em 1901, foram criados pelo inventor sueco da dinamite e rico empresário Alfred Nobel, e são concedidos por realizações nas áreas de ciência, literatura e paz e, nos últimos anos, também em economia.

Ao todo, 113 prêmios de Fisiologia e Medicina já foram concedidos. No ano passado, o grande vencedor foi o geneticista sueco Svante Paabo, responsável pelo sequenciamento do DNA dos Neandertais —uma espécie extinta de hominídeos. Paabo também foi o responsável pela descoberta de uma nova espécie de hominídeo, os Denisovan.

*Com AFP, Reuters e Estadão Conteúdo

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