EUA fazem novo alerta sobre zika e recomendam que grávidas evitem viagem para Rio 2016
Importantes autoridades norte-americanas de saúde demonstraram uma preocupação maior nesta segunda-feira com a ameaça representada pelo vírus da zika para os Estados Unidos, dizendo que o mosquito que espalha o vírus está agora presente em cerca de 30 Estados e que centenas de milhares de infecções poderiam ocorrer em Porto Rico.
Falando na Casa Branca, eles aumentaram a pressão para que o Congresso de maioria republicana aprove fundos emergenciais de aproximadamente US$ 1,9 bilhão para o combate à zika, uma ação que o governo Barack Obama pediu em fevereiro.
"Tudo que nós olhamos em relação a esse vírus parece ser um pouco mais assustador do que inicialmente pensávamos", afirmou Anne Schuchat, vice-diretora no Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
"Então, embora não esperamos ver uma transmissão local generalizada nos Estados Unidos continental, nós precisamos que os Estados estejam prontos para isso", acrescentou.
América Latina e Caribe
O vírus da zika, associado com vários casos de microcefalia entre recém-nascidos no Brasil, se alastra rapidamente na América Latina e no Caribe.
No momento em que o Brasil se prepara para sediar os Jogos Olímpicos em agosto, o Centro de Controle de Doenças norte-americano tem recomendado que gestantes evitem viajar para o país.
Nós também queremos que as pessoas saibam que viajar para a região pode resultar em infecções "silenciosas" ou infecções sem sintomas, e é muito importante tomar precauções durante o sexo para não espalhar o vírus."
Anne Schuchat, do CDC
A Casa Branca afirmou na semana passada que na falta de fundos de emergência vai redirecionar US$ 589 milhões, a maior parte dinheiro já aprovado pelo Congresso para atacar o Ebola, para os preparativos contra o zika, antes que ele comece a aparecer nos EUA continental, à medida que o clima esquenta.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, disse que se o Congresso não aprovar os fundos de emergência para o Zika, autoridades norte-americanas provavelmente seriam forçadas a redirecionar recursos atualmente previstos para pesquisa sobre malária, tuberculose e uma vacina universal contra gripe.
"Eu não tenho o que eu preciso neste momento", declarou Fauci. "Esperamos que as restrições não atinjam nunca um ponto em que os recursos terminem, mas se isso ocorrer, nós teremos que começar a atacar outras contas, e pesquisas muito importantes sobre outras doenças vão sofrer, e sofrer bastante", disse ele.
Anne Schuchat afirmou que o Aedes aegypti, o mosquito que é o transmissor principal do vírus, está presente em cerca de 30 Estados, e não em 12 como anteriormente pensado. No território norte-americano de Porto Rico, pode haver centenas de milhares de infecções do zika e talvez centenas de bebês afetados, completou ela.
Fauci disse que parece que a primeira possibilidade de vacina do zika estava prevista para entrar em testes clínicos iniciais em setembro.
Anne Schuchat não quis fazer uma previsão do número de infecções que poderia ocorrer no país. Ao mesmo tempo em que afirma não esperar grandes surtos nos EUA continental, ela disse que "não podemos presumir que não vamos ter um grande problema".
Consenso entre relação de microcefalia e zika
A Organização Mundial de Saúde diz que há um forte consenso científico de que o zika causa a microcefalia, má-formação craniana de recém-nascidos, assim como a síndrome de Guillain-Barré, uma desordem neurológica, mas a prova pode demorar meses ou anos.
Na semana passada, o Brasil disse ter confirmado mais de 1.046 casos de microcefalia e que considerava a maioria deles relacionado com infecção do Zika nas mães.
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