Benefícios de ingestão de placenta não são confirmados pela ciência
Nicholas Bakalar
23/06/2015 15h58
Algumas pessoas acreditam que consumir placenta humana – crua, cozida, seca, convertida em pó ou em cápsulas – traz benefícios à saúde.
Todavia, a análise de alguns estudos que tratavam do assunto não descobriu evidências dos benefícios dessa prática.
A ingestão de placenta tem sido recomendada para reduzir dores, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o relacionamento entre mãe e filho, acelerar na recuperação do útero, prevenir a depressão pós-parto e os distúrbios do sono e menstruais.
No artigo do periódico Archives of Women’s Mental Health, os pesquisadores analisaram dez estudos: quatro realizados com seres humanos e seis com animais. Um dos estudos examinou a afirmação de que o consumo de placenta em cápsulas é benéfico para a lactação. Entretanto, não seguiu os padrões científicos da atualidade e não foi possível obter conclusões a partir dele. Nenhum dos estudos descobriu boas evidências para o alívio da dor. Não há experimentos randomizados e controlados por placebos sobre o consumo de placenta.
Não se tem conhecimento de efeitos colaterais para seu consumo. Todavia, o órgão não é estéril e diversos estudos descobriram contaminação por bactérias, bem como por selênio, cádmio, mercúrio e chumbo.
"Essa prática não é regularizada e seus riscos e benefícios não foram identificados por pesquisa baseada em evidências", afirmou Crystal T. Clark, professora adjunta de psiquiatria da Universidade Northwestern.