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Novo terremoto no Paquistão deixa 22 mortos

Em Awaran (Paquistão)

28/09/2013 13h03

Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu este sábado a província paquistanesa do Baluquistão (sudoeste), que tenta se recuperar do tremor que matou 359 pessoas e destruiu povoados inteiros na terça-feira passada.

"O balanço de mortos está aumentando. Os socorristas encontraram até o momento 22 cadáveres", declarou à AFP Hari Fal, uma autoridade local.

O epicentro do novo terremoto se produziu a 14 km de profundidade e foi localizado 96 km ao norte do distrito de Awaran, segundo o Centro Geofísico dos Estados Unidos (USGS).

Awaran foi a região mais afetada pelo terremoto de 7,7 graus de magnitude registrado na terça-feira.

"Não é uma réplica, e sim um novo terremoto", declarou à GEO Zahid Rafi, diretor do Centro Nacional de Vigilância Sísmica do Paquistão.

Contudo, para o USGS trata-se de uma "réplica".

O tremor deste sábado fez com que os pacientes do hospital de Awaran feridos na terça-feira fossem retirados às pressas.

Centenas de casas foram destruídas e as linhas telefônicas na região de Mashkey, próximo do epicentro, foram danificadas, segundo Abdul Rasheed Balosh, funcionário público local.

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"Muitas pessoas ficaram presas nos escombros. Essas são as primeiras informações que temos, as perdas (de vidas e materiais) são altas", declarou, sem dar mais detalhes.

O terremoto foi sentido em Karachi, no sul do Paquistão, e em Quetta, capital da província do Baluquistão, embora as duas localidades estejam a centenas de quilômetros do epicentro.

Quatro dias após o primeiro terremoto, que fez 359 mortos e deixou mais de 100.000 pessoas desabrigadas, muitos sobreviventes se queixam de não terem recebido a ajuda das autoridades, com grande dificuldade para chegar às áreas mais remotas da província de nove milhões de pessoas, com uma superfície comparável à da Itália.

Vários povoados, com suas casas precárias, ficaram totalmente arrasados pelo terremoto. Milhares de sobreviventes passaram novamente a noite ao relento e continuavam esperando ajuda de emergência.

O Baluquistão é a província mais pobre do Paquistão, apesar de suas importantes minas de ouro, zinco e cobre, e suas reservas de gás natural.

A província sofre com atos de violência contra a minoria muçulmana xiita e é cenário de ataques dos talibãs, assim como de confrontos entre os rebeldes separatistas do Exército de Libertação do Baluquistão e as forças governamentais.

As autoridades paquistanesas acusam os rebeldes de bloquear o transporte de ajuda a seus redutos, principalmente em Mashkey, um dos locais mais afetados.

"Há um problema ligado aos conflitos políticos", afirmou esta semana no Parlamento o ministro paquistanês do Interior, Chaudhry Nisar.

Na quinta-feira, vários foguetes foram disparados contra o helicóptero do chefe dos serviços de emergência paquistaneses, que sobrevoava as regiões atingidas pelo terremoto.

"Eles (os rebeldes) não querem a nossa presença" no terreno para ajudar a população, declarou neste sábado um oficial militar que pediu anonimato.

"É uma tragédia humanitária. Peço (aos rebeldes) para que facilitem o trabalho das equipes de socorro", insistiu Abdul Malik, governador da província.

Organizações humanitárias internacionais ofereceram ajuda, mas não receberam autorização do governo.

O exército paquistanês foi mobilizado para socorrer os sobreviventes dos seis distritos - Awaran, Kech, Gwadar, Panjgur, Chaghi e Khuzdar - mais afetados e com uma população de mais de 300.000 pessoas.

As autoridades paquistanesas decretaram estado de emergência em parte do Baluquistão.