Justiça ouve dois suspeitos pela morte do leão símbolo do Zimbábue
Hwange, Zimbábue, 29 Jul 2015 (AFP) - O organizador zimbabuano de safáris Theo Bronkhorst, acusado de caça furtiva e por ter organizado o safári que resultou na morte de Cecil, um leão famoso e símbolo do país que foi caçado por um rico cliente americano, deve pagar uma fiança de 1.000 dólares.
A morte do famoso leão causou indignação em todo o mundo, depois que foi divulgado que o animal teria sido retirado do parque com uma isca para ser caçado com um arco e flecha em um campo vizinho.
Depois de um dia de negociações entre policiais, promotores e advogados, as autoridades concederam liberdade a Bronkhorst mediante pagamento de fiança de 1.000 dólares.
O organizador de safáris foi acusado por "não ter impedido uma caça ilegal", e será julgado em 5 de agosto, anunciou a juíza Lindiwe Maphosa.
O também zimbabuano Honest Tyrone Ndlovu, dono da granja onde foram encontrados os restos mortais do leão no início do mês, graças ao GPS instalado na coleira do animal, comparecerá na quinta-feira para responder por outras acusações.
O norte-americano Walter James Palmer foi o grande ausente na audiência no tribunal de Hwange, junto ao parque onde ocorreram os fatos, pois abandonou o país antes que o escândalo explodisse.
Em um comunicado publicado na terça, Palmer, dentista de profissão, lamentou a morte do leão, mas assegurou que seguiu as indicações de seus intermediários e confiou "na experiência dos guias locais para caçar dentro da legalidade".
"Lamento profundamente que o exercício de uma atividade que eu amo e pratico de forma responsável e dentro da lei foi traduzido pela morte deste leão (...) cujo status de celebridade local eu desconhecia", acrescentou
Palmer supostamente teria admitido que matou, em 2008, um urso preto nos estado norte-americano de Wisconsin.
Comparecerão ao tribunal Theo Bronjorst, organizador de grandes caçadas de leopardo, e seu compatriota, Honest Tyrone Ndlovu, proprietário da fazenda em que foram encontrados os restos do leão no início do mês, graças ao GPS instalado no colar do animal.
- Indignação -Um amigo da família Bronkhorst, Ian Ferguson, defendeu que se tratou de um acidente.
"Tudo foi perfeitamente legal. Quando se deram conta de que o leão tinha uma coleira, foram imediatamente informar ao parque nacional", afirmou Ferguson à AFP.
O juiz ordenou que Bronkhorst compareça três vezes nesta semana à polícia e pediu seu passaporte.
Segundo uma denúncia da ONG Zimbabwe Conservation Task Force (ZCTF), Walter Parmer teria pago 50.000 dólares para a empresa Bushman Safari, de Theo Bronkhorst, para organizar uma caçada noturna. Eles teriam prendido um animal morto em seu veículo para atrair Cecil para fora do parque nacional.
"Palmer lançou uma flecha contra Cecil, mas isso não o matou. Eles o localizaram 40 horas mais tarde e o mataram com uma arma de fogo", acrescenta a organização.
Depois de matá-lo, os caçadores descobriram que o leão tinha um colar de identificação e rastreamento que tentaram tirar. O animal foi decapitado e despedaçado, segundo a imprensa local.
Cecil, um leão de 13 anos, era a estrela do parque nacional de Hwange por sua vasta cabeleira negra.
Após ter sido acusado pela ONG ZCTF, a participação de Palmer foi confirmada pela Associação de Operadores do Safári no País (SOAZ).
"De acordo com nossas informações, parece que ele já cometeu crimes similares em outros lugares", disse Emmanuel Fundira, presidente da associação.
"Muitas pessoas vêm de longe para admirar nossos animais selvagens e é óbvio que a ausência de Cecil é um desastre", lamentou Fundira, acrescentando que o leão era "praticamente domesticado".
Palmer fechou suas contas no Twitter e Facebook depois dos ataques recebidos por parte de defensores da natureza e muitas pessoas foram até sua clínica odontológica para colocar bichinhos de pelúcia e flores em memória do leão morto cruelmente.
A associação de defesa dos animais PETA pediu em um comunicado que Palmer seja "extraditado, julgado e preferivelmente enforcado" por ter matado Cecil.
Um professor da Universidade de Oxford lançou nesta quarta-feira um apelo por doações para "revolucionar" a proteção dos felinos após a morte de Cecil, o leão de juba preta que morava numa reserva no Zimbábue, que chocou "milhões de pessoas".
"Lançamos um chamado e criamos um site para doações https://www.campaign.ox.ac.uk/wildcru). Neste momento, vários apresentadores, incluindo os apresentadores de 'talk shows' nos Estados Unidos estão pedindo contribuições", afirmou em entrevista à AFP o professor David Macdonald, fundador e diretor da unidade de pesquisa e preservação da fauna da Universidade britânica de Oxford.
Macdonald espera "que milhões de pessoas doem apenas um pouco de dinheiro ao projeto, o que revolucionaria nossa capacidade de trabalhar na preservação dos leões de Hwange, no Zimbábue", e em todo o mundo", explicou.
Caçadores do mundo todo se sentem atraídos pelas conhecidas reservas do sul da África, ricas em felinos, elefantes e rinocerontes. Esta caça, regularizada e totalmente legal, é uma fonte de renda importante para a região.
No Zimbábue, a caça é permitida apenas em reservas privadas e seguindo certas cotas, mas não em parques nacionais como Hwange, que recebeu 50.000 visitantes, incluindo 23 mil estrangeiros, no ano passado.
str-pid/clr/sgf/app/cn/mm
A morte do famoso leão causou indignação em todo o mundo, depois que foi divulgado que o animal teria sido retirado do parque com uma isca para ser caçado com um arco e flecha em um campo vizinho.
Depois de um dia de negociações entre policiais, promotores e advogados, as autoridades concederam liberdade a Bronkhorst mediante pagamento de fiança de 1.000 dólares.
O organizador de safáris foi acusado por "não ter impedido uma caça ilegal", e será julgado em 5 de agosto, anunciou a juíza Lindiwe Maphosa.
O também zimbabuano Honest Tyrone Ndlovu, dono da granja onde foram encontrados os restos mortais do leão no início do mês, graças ao GPS instalado na coleira do animal, comparecerá na quinta-feira para responder por outras acusações.
O norte-americano Walter James Palmer foi o grande ausente na audiência no tribunal de Hwange, junto ao parque onde ocorreram os fatos, pois abandonou o país antes que o escândalo explodisse.
Em um comunicado publicado na terça, Palmer, dentista de profissão, lamentou a morte do leão, mas assegurou que seguiu as indicações de seus intermediários e confiou "na experiência dos guias locais para caçar dentro da legalidade".
"Lamento profundamente que o exercício de uma atividade que eu amo e pratico de forma responsável e dentro da lei foi traduzido pela morte deste leão (...) cujo status de celebridade local eu desconhecia", acrescentou
Palmer supostamente teria admitido que matou, em 2008, um urso preto nos estado norte-americano de Wisconsin.
Comparecerão ao tribunal Theo Bronjorst, organizador de grandes caçadas de leopardo, e seu compatriota, Honest Tyrone Ndlovu, proprietário da fazenda em que foram encontrados os restos do leão no início do mês, graças ao GPS instalado no colar do animal.
- Indignação -Um amigo da família Bronkhorst, Ian Ferguson, defendeu que se tratou de um acidente.
"Tudo foi perfeitamente legal. Quando se deram conta de que o leão tinha uma coleira, foram imediatamente informar ao parque nacional", afirmou Ferguson à AFP.
O juiz ordenou que Bronkhorst compareça três vezes nesta semana à polícia e pediu seu passaporte.
Segundo uma denúncia da ONG Zimbabwe Conservation Task Force (ZCTF), Walter Parmer teria pago 50.000 dólares para a empresa Bushman Safari, de Theo Bronkhorst, para organizar uma caçada noturna. Eles teriam prendido um animal morto em seu veículo para atrair Cecil para fora do parque nacional.
"Palmer lançou uma flecha contra Cecil, mas isso não o matou. Eles o localizaram 40 horas mais tarde e o mataram com uma arma de fogo", acrescenta a organização.
Depois de matá-lo, os caçadores descobriram que o leão tinha um colar de identificação e rastreamento que tentaram tirar. O animal foi decapitado e despedaçado, segundo a imprensa local.
Cecil, um leão de 13 anos, era a estrela do parque nacional de Hwange por sua vasta cabeleira negra.
Após ter sido acusado pela ONG ZCTF, a participação de Palmer foi confirmada pela Associação de Operadores do Safári no País (SOAZ).
"De acordo com nossas informações, parece que ele já cometeu crimes similares em outros lugares", disse Emmanuel Fundira, presidente da associação.
"Muitas pessoas vêm de longe para admirar nossos animais selvagens e é óbvio que a ausência de Cecil é um desastre", lamentou Fundira, acrescentando que o leão era "praticamente domesticado".
Palmer fechou suas contas no Twitter e Facebook depois dos ataques recebidos por parte de defensores da natureza e muitas pessoas foram até sua clínica odontológica para colocar bichinhos de pelúcia e flores em memória do leão morto cruelmente.
A associação de defesa dos animais PETA pediu em um comunicado que Palmer seja "extraditado, julgado e preferivelmente enforcado" por ter matado Cecil.
Um professor da Universidade de Oxford lançou nesta quarta-feira um apelo por doações para "revolucionar" a proteção dos felinos após a morte de Cecil, o leão de juba preta que morava numa reserva no Zimbábue, que chocou "milhões de pessoas".
"Lançamos um chamado e criamos um site para doações https://www.campaign.ox.ac.uk/wildcru). Neste momento, vários apresentadores, incluindo os apresentadores de 'talk shows' nos Estados Unidos estão pedindo contribuições", afirmou em entrevista à AFP o professor David Macdonald, fundador e diretor da unidade de pesquisa e preservação da fauna da Universidade britânica de Oxford.
Macdonald espera "que milhões de pessoas doem apenas um pouco de dinheiro ao projeto, o que revolucionaria nossa capacidade de trabalhar na preservação dos leões de Hwange, no Zimbábue", e em todo o mundo", explicou.
Caçadores do mundo todo se sentem atraídos pelas conhecidas reservas do sul da África, ricas em felinos, elefantes e rinocerontes. Esta caça, regularizada e totalmente legal, é uma fonte de renda importante para a região.
No Zimbábue, a caça é permitida apenas em reservas privadas e seguindo certas cotas, mas não em parques nacionais como Hwange, que recebeu 50.000 visitantes, incluindo 23 mil estrangeiros, no ano passado.
str-pid/clr/sgf/app/cn/mm
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.