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Pela 1ª vez na Europa, crianças são operadas sem precisarem abrir o coração

Imagens geradas pelo software "EchoNavigator" - Divulgação
Imagens geradas pelo software 'EchoNavigator' Imagem: Divulgação

Em Toulouse (França)

06/12/2015 18h18

Três crianças foram operadas de coração fechado com sucesso, recentemente na França, um fato inédito na Europa, graças à utilização do "EchoNavigator", um novo software de visualização em 3D - informou neste domingo (6) o chefe da equipe médica de pediatria de Toulouse.

Este sistema de navegação em 3D já havia sido utilizado em um hospital de Créteil, na região parisiense, e em outros hospitais europeus, embora somente "em adultos e com outros problemas", relatou o cardiologista e pediatra Philippe Acar, confirmando informações da imprensa.

Esse sistema facilita as operações por via percutânea, ou seja, através de uma veia e, assim, evita a operação a coração aberto em crianças com más-formações cardíacas.

Desenvolvido em parceria com a empresa Philips, o software permite ver na mesma tela em 3D a ecografia do coração da criança que é operada e os raios-X, no momento em que os médicos introduzem a sonda. É com essa sonda que são reparadas as más-formações cardíacas, explicou o professor Acar, que lidera este projeto de pesquisa clínica.

Esta nova tecnologia testada em Toulouse se integra a um projeto europeu, informou o cardiologista.

Cerca de 40 crianças serão beneficiadas com uma operação deste tipo nos próximos dois anos, antes que este procedimento se estenda a todos os hospitais da França e de todo o continente.

"Deve demonstrar que traz uma verdadeira ajuda aos cirurgiões", frisou o professor Acar.

Nellie, de 5 anos, foi a primeira a se beneficiar desta nova técnica no início de novembro. Ela tinha um defeito no septo interventricular, algo muito delicado de se operar com cirurgia clássica. "E este sistema nos ajudou", destacou Acar.

Um menino de 6 anos foi submetido ao mesmo procedimento. Também uma menina de 9 anos foi operada deste modo para solucionar um problema de comunicação entre os átrios cardíacos.

"São necessárias somente 72 horas de hospitalização e a criança sai sem cicatrizes", destacou o professor Acar.