Começa desmantelamento de acampamento de migrantes em Calais
Calais, França, 29 Fev 2016 (AFP) - Sob a proteção de um importante dispositivo policial, as autoridades francesas começaram nesta segunda-feira o desmantelamento da parte sul do acampamento de imigrantes chamado de "selva" de Calais (norte), a maior favela da França.
No início da noite, cerca de 150 imigrantes, alguns armados com barras de ferro, ocuparam durante uma hora a estrada em torno do porto, atirando pedras contra os veículos que seguiam para a Inglaterra.
Segundo um jornalista da AFP, a polícia reagiu lançando bombas de gás lacrimogêneo e retirou o grupo da estrada.
Mais cedo, duas escavadeiras e funcionários de uma empresa privada contratada pelo Estado francês derrubaram vinte barracos e tendas vazias.
Enquanto isso, vários imigrantes se dirigiam ao local para recuperar objetos pessoais para se instalarem um pouco mais adiante. Muitos deles observavam as operações a cerca distância do local, controlado pela polícia antidistúrbios.
Mais de 30 veículos da polícia e dois caminhões das unidades antidistúrbios estavam mobilizados na entrada oeste do acampamento.
Os policiais tinham oficialmente como missão garantir a segurança das equipes sociais encarregadas de propor soluções de abrigo aos imigrantes, indicaram as autoridades.
Durante a operação, foi detida uma militante britânica do movimento altermundialista No Borders, único incidente contabilizado pela AFP até o meio-dia local.
Mas depois de uma manhã calma, a situação ficou tensa no início da tarde. Após o registro do início de um incêndio em uma barraca, imigrantes e militantes do No Borders (150 pessoas, segundo a prefeitura) lançaram objetos contra os policiais antidistúrbios, que responderam utilizando bombas de gás lacrimogêneo, constatou a AFP.
Na "selva" vivem entre 3.700 e 7.000 pessoas, segundo as fontes. Na quinta-feira, a justiça, à qual imigrantes e associações recorreram, autorizou a evacuação, mas o governo garantiu que não utilizaria a força.
"Entre 800 e 1.000 pessoas" vivem no setor da "selva" que será desmantelado, mas as associações estimam este número em 3.450. O objetivo é recebê-las em albergues em Calais ou em outras cidades da França.
Há um mês, 500 imigrantes já haviam deixado a parte do acampamento próxima à estrada que leva ao porto de Calais, sem a intervenção da polícia e sem que fossem registrados incidentes.
A parte norte do acampamento (entre 1.100 e 3.500 imigrantes) não está envolvida por esta decisão da justiça.
Várias semanas de operaçõesA intervenção desta segunda-feira surpreendeu as associações. "Não estávamos cientes desta operação" e "não pensávamos que isso seria feito com tantas forças de polícia", declarou à AFP Maya Konforti, responsável de uma ONG de ajuda aos imigrantes.
"É muito triste ver o desperdício do trabalho que fizemos durante semanas. Estas pessoas querem ir para a Grã-Bretanha, não partirão daqui e estarão em uma situação ainda mais precária, sobretudo em pleno inverno", disse.
Por sua vez, a prefeitura da região indicou que as operações de "proposta de abrigos, de assistência social e de desmantelamento das casas desocupadas durarão várias semanas".
Os refugiados instalados na "selva", procedentes em sua maioria de Síria, Afeganistão e Sudão, querem viajar à Inglaterra e muitos tentam fazê-lo embarcando clandestinamente em caminhões que circulam entre os dois países através dos ferris ou do túnel do Canal da Mancha.
A "selva" é o principal problema em matéria de migração deste país, relativamente pouco afetado pelo grande fluxo de refugiados que chegam à Europa nos últimos tempos.
O anúncio da autorização de seu desmantelamento parcial levou a vizinha Bélgica a restabelecer os controles fronteiriços para evitar que migrantes procedentes de Calais se instalem em seu território.
byr-rl-mc/mb/ma
No início da noite, cerca de 150 imigrantes, alguns armados com barras de ferro, ocuparam durante uma hora a estrada em torno do porto, atirando pedras contra os veículos que seguiam para a Inglaterra.
Segundo um jornalista da AFP, a polícia reagiu lançando bombas de gás lacrimogêneo e retirou o grupo da estrada.
Mais cedo, duas escavadeiras e funcionários de uma empresa privada contratada pelo Estado francês derrubaram vinte barracos e tendas vazias.
Enquanto isso, vários imigrantes se dirigiam ao local para recuperar objetos pessoais para se instalarem um pouco mais adiante. Muitos deles observavam as operações a cerca distância do local, controlado pela polícia antidistúrbios.
Mais de 30 veículos da polícia e dois caminhões das unidades antidistúrbios estavam mobilizados na entrada oeste do acampamento.
Os policiais tinham oficialmente como missão garantir a segurança das equipes sociais encarregadas de propor soluções de abrigo aos imigrantes, indicaram as autoridades.
Durante a operação, foi detida uma militante britânica do movimento altermundialista No Borders, único incidente contabilizado pela AFP até o meio-dia local.
Mas depois de uma manhã calma, a situação ficou tensa no início da tarde. Após o registro do início de um incêndio em uma barraca, imigrantes e militantes do No Borders (150 pessoas, segundo a prefeitura) lançaram objetos contra os policiais antidistúrbios, que responderam utilizando bombas de gás lacrimogêneo, constatou a AFP.
Na "selva" vivem entre 3.700 e 7.000 pessoas, segundo as fontes. Na quinta-feira, a justiça, à qual imigrantes e associações recorreram, autorizou a evacuação, mas o governo garantiu que não utilizaria a força.
"Entre 800 e 1.000 pessoas" vivem no setor da "selva" que será desmantelado, mas as associações estimam este número em 3.450. O objetivo é recebê-las em albergues em Calais ou em outras cidades da França.
Há um mês, 500 imigrantes já haviam deixado a parte do acampamento próxima à estrada que leva ao porto de Calais, sem a intervenção da polícia e sem que fossem registrados incidentes.
A parte norte do acampamento (entre 1.100 e 3.500 imigrantes) não está envolvida por esta decisão da justiça.
Várias semanas de operaçõesA intervenção desta segunda-feira surpreendeu as associações. "Não estávamos cientes desta operação" e "não pensávamos que isso seria feito com tantas forças de polícia", declarou à AFP Maya Konforti, responsável de uma ONG de ajuda aos imigrantes.
"É muito triste ver o desperdício do trabalho que fizemos durante semanas. Estas pessoas querem ir para a Grã-Bretanha, não partirão daqui e estarão em uma situação ainda mais precária, sobretudo em pleno inverno", disse.
Por sua vez, a prefeitura da região indicou que as operações de "proposta de abrigos, de assistência social e de desmantelamento das casas desocupadas durarão várias semanas".
Os refugiados instalados na "selva", procedentes em sua maioria de Síria, Afeganistão e Sudão, querem viajar à Inglaterra e muitos tentam fazê-lo embarcando clandestinamente em caminhões que circulam entre os dois países através dos ferris ou do túnel do Canal da Mancha.
A "selva" é o principal problema em matéria de migração deste país, relativamente pouco afetado pelo grande fluxo de refugiados que chegam à Europa nos últimos tempos.
O anúncio da autorização de seu desmantelamento parcial levou a vizinha Bélgica a restabelecer os controles fronteiriços para evitar que migrantes procedentes de Calais se instalem em seu território.
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