Resistência da malária a medicamento se limita ao sudeste asiático
Washington, 23 Jun 2016 (AFP) - A resistência da malária ao principal medicamento usado para combatê-la se restringe ao sudeste asiático, e não se estendeu para a África, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira na revista americana New England Journal of Medicine.
Este primeiro mapa global sobre a resistência da malária à artemisinina, a principal droga contra a doença, foi realizado por um consórcio internacional apoiado pela Organização Mundial da Saúde.
O estudo, realizado em 59 países onde a malária é endêmica, é um passo importante para combater melhor a infecção.
O mapa permite vigilar praticamente em tempo real a propagação dos parasitas (Plasmodiumfalciparum) resistentes à artemisinina, detectados pela primeira vez em 2008 no Camboja.
Assim, será possível avaliar rapidamente se o uso da artemisinina será eficaz para o tratamento em determinadas áreas.
"Até agora, os cientistas não dispunham de ferramentas capazes de identificar com precisão a natureza da resistência aos antimaláricos nas principais regiões afetadas, como a África subsaariana", disse à AFP o chefe da unidade epidemiológica do Instituto Pasteur do Camboja, Didier Menard, autor principal do estudo.
O trabalho, conhecido como "Karma", se baseia na descoberta, feita em 2014 por cientistas do Instituto Pasteur em Paris e no Camboja, de um gene (K13) que desempenha um papel determinante na resistência ao medicamento antimalárico.
Os pesquisadores estudaram a diversidade do gene em mais de 14.000 amostras de sangue de pacientes infectados, provenientes de 59 países onde a malária é endêmica - 72% deles na África, 19% na Ásia, 8% na América Latina e 1% na Oceania.
Todas as amostras foram coletadas depois de 2012, o que permite ter uma ideia da situação real da resistência.
Os resultados do estudo poderiam prevenir cenários como o de parasitas resistentes à cloroquina, a primeira geração de resistência aos antimaláricos, que emergiu no sudeste asiático no final da década de 1960 e se propagou na África.
O estudo permitiu identificar 70 novas mutações da proteína K13 - antes, já se conheciam 103, entre elas quatro de resistência à artemisinina.
"Mostramos que apenas um número reduzido de mutações estão vinculadas à resistência, o que deveria facilitar a vigilância da resistência à artemisinina a nível mundial", afirmou Odile Mercereau-Puijalon, do Instituto Pasteur de Paris.
Assim, o estudo revela que a mutação mais observada na África não está ligada à resistência.
A descoberta de dois focos isolados de resistência em regiões fronteiriças do Camboja, Vietnã e Laos, assim como no oeste da Birmânia e no sul da Tailândia, sugere que os esforços internacionais para conter sua propagação são eficazes.
A estratégia atual para tratar os doentes infectados por parasitas resistentes é recorrer a uma combinação de medicamentos, principalmente de antigos antimaláricos que funcionam por um tempo determinado, como se faz com os antibióticos, afirma Ménard.
"Mas se trata de uma estratégia provisória, à espera da comercialização de novas moléculas, o que não deve acontecer antes de 2020", acrescentou.
A malária, doença transmitida por mosquitos, em 2015 afetou 214 milhões de pessoas e deixou 438.000 mortos, a maioria deles crianças na África subsaariana.
Este primeiro mapa global sobre a resistência da malária à artemisinina, a principal droga contra a doença, foi realizado por um consórcio internacional apoiado pela Organização Mundial da Saúde.
O estudo, realizado em 59 países onde a malária é endêmica, é um passo importante para combater melhor a infecção.
O mapa permite vigilar praticamente em tempo real a propagação dos parasitas (Plasmodiumfalciparum) resistentes à artemisinina, detectados pela primeira vez em 2008 no Camboja.
Assim, será possível avaliar rapidamente se o uso da artemisinina será eficaz para o tratamento em determinadas áreas.
"Até agora, os cientistas não dispunham de ferramentas capazes de identificar com precisão a natureza da resistência aos antimaláricos nas principais regiões afetadas, como a África subsaariana", disse à AFP o chefe da unidade epidemiológica do Instituto Pasteur do Camboja, Didier Menard, autor principal do estudo.
O trabalho, conhecido como "Karma", se baseia na descoberta, feita em 2014 por cientistas do Instituto Pasteur em Paris e no Camboja, de um gene (K13) que desempenha um papel determinante na resistência ao medicamento antimalárico.
Os pesquisadores estudaram a diversidade do gene em mais de 14.000 amostras de sangue de pacientes infectados, provenientes de 59 países onde a malária é endêmica - 72% deles na África, 19% na Ásia, 8% na América Latina e 1% na Oceania.
Todas as amostras foram coletadas depois de 2012, o que permite ter uma ideia da situação real da resistência.
Os resultados do estudo poderiam prevenir cenários como o de parasitas resistentes à cloroquina, a primeira geração de resistência aos antimaláricos, que emergiu no sudeste asiático no final da década de 1960 e se propagou na África.
O estudo permitiu identificar 70 novas mutações da proteína K13 - antes, já se conheciam 103, entre elas quatro de resistência à artemisinina.
"Mostramos que apenas um número reduzido de mutações estão vinculadas à resistência, o que deveria facilitar a vigilância da resistência à artemisinina a nível mundial", afirmou Odile Mercereau-Puijalon, do Instituto Pasteur de Paris.
Assim, o estudo revela que a mutação mais observada na África não está ligada à resistência.
A descoberta de dois focos isolados de resistência em regiões fronteiriças do Camboja, Vietnã e Laos, assim como no oeste da Birmânia e no sul da Tailândia, sugere que os esforços internacionais para conter sua propagação são eficazes.
A estratégia atual para tratar os doentes infectados por parasitas resistentes é recorrer a uma combinação de medicamentos, principalmente de antigos antimaláricos que funcionam por um tempo determinado, como se faz com os antibióticos, afirma Ménard.
"Mas se trata de uma estratégia provisória, à espera da comercialização de novas moléculas, o que não deve acontecer antes de 2020", acrescentou.
A malária, doença transmitida por mosquitos, em 2015 afetou 214 milhões de pessoas e deixou 438.000 mortos, a maioria deles crianças na África subsaariana.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.