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Dois fortes terremotos sacodem centro da Itália

26/10/2016 22h17

Roma, 27 Out 2016 (AFP) - Dois fortes terremotos sacudiram o centro da Itália nesta quarta-feira, causando vários desabamentos mas sem deixar vítimas, na mesma região que foi devastada por um tremor em 24 de agosto passado.

O primeiro terremoto desta quarta-feira, de magnitude 5,5, ocorreu às 19h10 locais (15h10 de Brasília). Cerca de duas horas depois, às 21h18 locais (17h18 de Brasília) foi registrada uma forte réplica, de 6,1 graus.

O segundo sismo, mais longo que o primeiro, provocou vários desabamentos na região, também afetada por uma forte chuva, segundo testemunharam dois jornalistas da RAI News que se dirigiam ao local, a cerca de 130 km de Roma.

"O segundo terremoto foi longo, terrível. Foi o mais forte que senti. Felizmente, todos estavam fora de suas casas e por isso acredito que não há vítimas", afirmou o prefeito de Ussita, Marco Rinaldi, ao noticiário da rede de televisão SkyTG24.

Os epicentros dos dois terremotos se encontram cerca de 10 km da cidade de Visso, perto de Ussita, na região de Marcas, segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV).

Fabrizio Curcio, porta-voz da Defesa Civil, confirmou em seu segundo boletim oficial que "até o momento não há vítimas ou situações graves".

"Uma, duas ou três pessoas foram socorridas e várias procuraram espontaneamente as emergências, mas não há qualquer situação grave", precisou Curcio.

Em um boletim precedente, Curcio havia informado um ferido.

De fato, os socorristas atenderam várias pessoas por mal-estar e pânico, já que muitos são sobreviventes do devastador terremoto de 24 de agosto, que causou a morte de cerca de 300 pessoas.

"Estão arrasados. Estamos nos concentrando nas pessoas, porque é uma população que está revivendo a mesma coisa que ocorreu há dois meses com o terremoto de agosto", disse.

"Há desabamentos em todas as localidades afetadas, estamos em contato com todos os prefeitos e presidentes da região, que estão trabalhando para ajudar a população", disse Curcio.

"É muito difícil fazer um balanço da situação devido à escuridão, além disso a região está afetada pelo mau tempo. Precisamos esperar a luz do dia", acrescentou.

"Em Castelsantangelo sul Nera falta luz. Enviamos lanternas e pessoal", explicou poucas horas antes Cesare Spuri, da Proteção Civil de Marcas, no centro da Itália.

Ambos os movimentos sísmicos foram sentidos muito claramente em Roma.

O primeiro foi registrado a nove quilômetros de profundidade na zona de Macerata, em Marcas, localizada não muito longe das comunas arrasadas em agosto.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos confirmou que detectou o primeiro terremoto de magnitude 5,5 perto de Visso, na província de Macerata.

Desabamentos, chuva, medoA zona afetada fica em uma região montanhosa, com vários pequenos povoados de difícil acesso, onde é impossível circular pelas estradas devido ao desprendimento de pedras, segundo imagens da televisão.

As localidades mais próximas ao epicentro são Castelsantangelo sul Nera, Visso, Ussita e Preci, detalhou a Proteção Civil em um comunicado.

Segundo a rede de televisão RAI News, a conexão elétrica nas zonas afetadas foi interrompida e várias pessoas saíram às ruas em Pescara, Ancona, Arezzo, onde se espalhou o pânico.

Segundo testemunhas citadas pela televisão, foram registrados novos desabamentos nas "zonas vermelhas" de Castelsantangelo sul Nera, onde não se podia circular desde o sismo de 24 de agosto.

Teme-se que uma antiga igreja medieval de Nórcia tenha sido afetada, enquanto as autoridades locais suspenderam as aulas na quinta-feira em todas as escolas.

Em Roma, as janelas e portas de vários edifícios foram golpeadas pelo terremoto, fazendo com que muitas pessoas abandonassem seus escritórios e domicílios.

O terremoto, que foi sentido também em Florença e Nápoles, segundo os especialistas do INGV, "está conectado com o terremoto de 24 agosto".

"Registramos desabamentos por todos os lados. Uma igreja desmoronou, uma residência e até as muralhas que a protegem", afirmou o prefeito da comuna de Ussita, de 500 habitantes, Marco Rinaldi.

No total, 41 equipes de bombeiros foram enviadas à zona, informou o Ministério do Interior.

Um edifício da zona histórica, assim como a sede da Universidade de Camerino, uma comuna de cerca de 10.000 habitantes, ficaram gravemente danificados após o segundo terremoto.

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, que regressou imediatamente à Roma após uma visita à região de Campânia (sul), cancelou sua participação em um programa de televisão e está em contato permanente com os responsáveis da Proteção Civil.