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Milhares de pessoas esperam para se despedir do rei na Tailândia

Rachen Sageamsak/Xinhua
Imagem: Rachen Sageamsak/Xinhua

Em Bangcoc (Tailândia)

29/10/2016 12h15

(AFP) - Milhares de pessoas aguardavam em fila neste sábado diante do Grande Palácio de Bangcoc para entrar no salão do trono, onde jaz o corpo do falecido monarca Bhumibol Adulyadej.

Bhumibol, que morreu no último dia 13 de outubro aos 88 anos, era adorado por muitos dos seus súditos, que o viam como uma garantia da estabilidade em um país muito golpeado pelas crises políticas.

Desde a sua morte, o luto é perceptível nas ruas do reino, onde muitos se vestem exclusivamente de preto e branco, como sinal da perda, e os canais de televisão mudaram sua programação para emitir informações sobre o monarca e os marcos do seu reinado, que durou 70 anos.
Nas últimas semanas, multidões se reuniram diante do Grande Palácio, para prestar homenagens ao rei, prosternando-se ante um retrato.

"Estou esperando aqui desde 1h da manhã", contou Saman Daoruang, uma senhora de 84 anos.

As autoridades informaram que será permitida a entrada de até 10.000 pessoas por dia, em pequenos grupos.

Como muitos outros súditos, Saman esteve acampada desde que chegou a Bangcoc, após deixar a província de Nakhon Sawan, situada ao norte da capital.

"Mas não consegui dormir porque estava muito emocionada e orgulhosa de vir aqui", contou a mulher, que carrega consigo vários retratos do rei.

Para entrar no palácio, os códigos são estritos: deve-se vestir preto, com os sapatos fechados, e para as mulheres é obrigatório usar uma saia longa.

As autoridades fretaram ônibus, trens e barcos para que os súditos possam se deslocar até a capital para o último adeus.

Na Tailândia, um país de maioria budista, o rei Bhumibol era considerado um semideus, venerado pela população e protegido por uma lei de lesa-majestade que silencia os seus detratores, punindo-os com até 15 anos de prisão por ofensa.

Esta lei foi reforçada após a morte do monarca, e encerrou o debate sobre as consequências políticas da sucessão e as dúvidas em torno ao herdeiro, Maha Vajiralongkorn.

Em um movimento que surpreendeu a muitos, o príncipe de 64 anos pediu para adiar a sua proclamação como rei, a fim de participar do luto com a nação, de acordo com o chefe da junta, Prayut Chan-O-Cha, que preside a transição.