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Furacão Otto toca terra centro-americana com fortes ventos e chuvas

24/11/2016 17h07

Bluefields, Nicarágua, 24 Nov 2016 (AFP) - O furacão Otto tocou terra firme nesta quinta-feira, no extremo sudeste da Nicarágua, afetando também o norte da Costa Rica com intensas chuvas e fortes ventos, informou uma fonte oficial em San José.

O anúncio foi feito pelo chefe de operações da Comissão Nacional de Emergências (CNE), Walter Fonseca, em declarações ao noticiário Teletica.

O furacão segue a trajetória prevista, do leste para o oeste ao longo da zona fronteiriça entre os dois países, e espera-se que seja rebaixado a tempestade tropical nas próximas horas, afirmou o meteorólogo Werner Stolz, do Instituto Meteorológico Nacional (IMN) da Costa Rica.

As autoridades costa-riquenhas informaram ter recebido cerca de 900 relatos de incidentes, como queda de árvores e edifícios que ficaram sem teto, que estão sendo atendidas na medida do possível.

A Costa Rica e a Nicarágua ordenaram evacuações ao longo das suas costas no Caribe, fecharam escolas e mobilizaram equipes para atender emergências.

Meios de comunicação nicaraguenses informaram que os problemas mais graves foram registrados em San Juan del Norte, também conhecido como Greytown, um povoado no extremo sudeste do país.

As autoridades não facilitaram informações sobre a situação das localidades afetadas pelo Otto.

Em Bluefields, a cidade principal do Caribe Sul da Nicarágua, com 45.000 habitantes, a população está concentrada em abrigos seguros instalados em cada bairro, e não foram registrados grandes incidentes.

Emergência nacional na Costa RicaA Costa Rica declarou emergência nacional na noite de quarta-feira, horas antes da chegada do Otto, que ameaça sua costa do Caribe e os povoados do norte.

O presidente Luis Guillermo Solís explicou que a emergência implica no fechamento de todos os escritórios do governo na quinta e na sexta-feira, exceto os que têm de lidar com o furacão. Os trabalhadores de empresas privadas também terão folga nestes dois dias.

Solís disse em uma rede de rádio e televisão que o mais prudente é que as famílias se previnam ante a chegada do "perigoso" ciclone.

"O furacão tem uma alta capacidade de destruição. Esperamos que não haja vítimas, mas para isso temos que estar preparados e acatar as ordens das autoridades", expressou.

Solís pediu que os moradores se afastem dos rios e das zonas inundáveis ou de deslizamento, e não circulem em veículos nos lugares mais afetados.

Teresa Romero, de 52 anos, moradora de Barra del Colorado, no norte do Caribe costa-riquenho, muito perto da Nicarágua, disse à AFP que na terça-feira saiu de casa com toda a família após um alerta das autoridades policiais.

"Lá, tudo estava tranquilo ontem, mas nos disseram que o furacão já estava vindo. Todas as pessoas do povoado saíram, só restaram cerca de dez homens", afirmou Romero, que está alojada em uma igreja na localidade de Guápiles, 64 km ao leste da capital.

Segundo a Comissão Nacional de Emergências, cerca de 200 comunidades foram afetadas em diversos graus devido a danos nas estradas e à impossibilidade de acesso por via aérea, resultado das condições climáticas.

No Panamá, a tempestade deixou quatro mortos e três desaparecidos, mas os alertas foram reduzidos à medida que o fenômeno se afastou em direção ao norte.

As vítimas fatais são um jovem de 18 anos que foi surpreendido pelo aumento no volume do rio onde se banhava, ao leste da capital panamenha, um casal que ficou soterrado por um deslizamento de terra enquanto dormia em casa, em Burunga, na província de Panamá Oeste, e um menino de nove anos que faleceu na queda de uma árvore sobre o veículo em que estava.

Agora, as autoridades panamenhas concentram seus esforços para encontrar três estrangeiros desaparecidos após o naufrágio da embarcação "Jessica" frente à costa de Colón, no Caribe.