Fidel Castro governou Cuba entre o megaplano e a micro-administração
Havana, 26 Nov 2016 (AFP) - Com a "micro-administração" e o "megaplano", Fidel Castro aprovou durante meio século, em Cuba, de uma campanha maciça para eliminar o analfabetismo em um ano a uma safra de açúcar milionária até quantos gramas de café cada cubano devia consumir por dia.
As diretrizes do chamado "Plan Fidel" pululavam em Cuba nos anos 1960 e 1970 em um afã do comandante-em-chefe de avançar por atalhos para o desenvolvimento e desenvolver a capacidade de uma ilha em revolução, segundo seus simpatizantes.
Seus detratores, ao contrário, o acusaram de "voluntarismo", pois embora tenha obtido vitórias consistentes, como a campanha de alfabetização de 1961, também teve sonoros fracassos, como a safra de 1970, quando mobilizou todo o país a aumentar a produção açucareira de 7 a 10 milhões de toneladas e só conseguiu chegar a 8,1 t.
Um país à imagem de FidelUm núncio apostólico o ensinou a fazer comida italiana e mostrou-lhe seus valores energéticos. Cuba, então, encheu-se de pizzarias, graças a um fornecimento de trigo soviético e, mesmo agora, sem trigo barato, a pizza continua sendo o "fast-food" nacional.
Nos anos 1990, depois de seus primeiros problemas de saúde, tornou-se amante dos vegetais e do chocolate. Discotecas e restaurantes se tornaram vegetarianos e a caderneta de abastecimento adicionou alguns gramas de cacau em pó ("chocolatín") que, apesar de ser subsidiado, era um produto caro para a população.
Em todas as partes da ilha havia um "Plan Fidel": centros de experimentação onde o comandante mandava criar búfalos vietnamitas ou reprodutores holandeses, fabricar queijos em estilo francês e, inclusive, o modesto whisky Old Havana na terra de um dos melhores runs do mundo.
Seu amigo, o prêmio Nobel de Literatura colombiano Gabriel García Márquez, falecido em 2014, dizia que Fidel era incapaz de gerar uma ideia que não fosse "descomunal" e que não havia um projeto "colossal ou milimétrico", no qual não se empenhasse "com uma intensa paixão".
Do mega ao microQualquer assunto em Cuba era posto sob sua consideração, o que os analistas da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos chamavam "micro-administração", denominação que o fazia rir.
Um veterano opositor que tinha pedido permissão temporária para sair do país a um escritório de imigração ficou atônito quando o comandante-em-chefe mencionou diante das câmeras de televisão que o documento estava há vários dias em seu escritório, aguardando sua aprovação.
Seu último megaplano, antes de passar o poder ao seu irmão, Raúl, em 2006, chegou com sua respectiva micro-administração: em sua "revolução energética" enviou milhares de trabalhadores sociais às casas da ilha substituir milhões de antigos eletrodomésticos soviéticos por chineses e lâmpadas incandescentes por outras mais econômicas.
As diretrizes do chamado "Plan Fidel" pululavam em Cuba nos anos 1960 e 1970 em um afã do comandante-em-chefe de avançar por atalhos para o desenvolvimento e desenvolver a capacidade de uma ilha em revolução, segundo seus simpatizantes.
Seus detratores, ao contrário, o acusaram de "voluntarismo", pois embora tenha obtido vitórias consistentes, como a campanha de alfabetização de 1961, também teve sonoros fracassos, como a safra de 1970, quando mobilizou todo o país a aumentar a produção açucareira de 7 a 10 milhões de toneladas e só conseguiu chegar a 8,1 t.
Um país à imagem de FidelUm núncio apostólico o ensinou a fazer comida italiana e mostrou-lhe seus valores energéticos. Cuba, então, encheu-se de pizzarias, graças a um fornecimento de trigo soviético e, mesmo agora, sem trigo barato, a pizza continua sendo o "fast-food" nacional.
Nos anos 1990, depois de seus primeiros problemas de saúde, tornou-se amante dos vegetais e do chocolate. Discotecas e restaurantes se tornaram vegetarianos e a caderneta de abastecimento adicionou alguns gramas de cacau em pó ("chocolatín") que, apesar de ser subsidiado, era um produto caro para a população.
Em todas as partes da ilha havia um "Plan Fidel": centros de experimentação onde o comandante mandava criar búfalos vietnamitas ou reprodutores holandeses, fabricar queijos em estilo francês e, inclusive, o modesto whisky Old Havana na terra de um dos melhores runs do mundo.
Seu amigo, o prêmio Nobel de Literatura colombiano Gabriel García Márquez, falecido em 2014, dizia que Fidel era incapaz de gerar uma ideia que não fosse "descomunal" e que não havia um projeto "colossal ou milimétrico", no qual não se empenhasse "com uma intensa paixão".
Do mega ao microQualquer assunto em Cuba era posto sob sua consideração, o que os analistas da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos chamavam "micro-administração", denominação que o fazia rir.
Um veterano opositor que tinha pedido permissão temporária para sair do país a um escritório de imigração ficou atônito quando o comandante-em-chefe mencionou diante das câmeras de televisão que o documento estava há vários dias em seu escritório, aguardando sua aprovação.
Seu último megaplano, antes de passar o poder ao seu irmão, Raúl, em 2006, chegou com sua respectiva micro-administração: em sua "revolução energética" enviou milhares de trabalhadores sociais às casas da ilha substituir milhões de antigos eletrodomésticos soviéticos por chineses e lâmpadas incandescentes por outras mais econômicas.
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