Sudão do Sul sofre com fome provocada pelo homem
Juba, 20 Fev 2017 (AFP) - O governo do Sudão do Sul declarou pela primeira vez várias zonas do país em situação de fome causada pelo homem, lamentaram nesta segunda-feira agências humanitárias presentes neste país de 11 milhões da habitantes e onde quase metade da população passa fome.
Várias áreas do estado de Unidade, no norte do país, estão em situação de "fome ou risco de fome", provocada pela guerra que atinge o Sudão do Sul há mais de três anos, declarou à imprensa Isaiah Chol Aruai, presidente do Gabinete Nacional de Estatísticas do Sudão do Sul.
A declaração se baseia na escala CIF, a mais utilizada para classificar a segurança alimentar.
Nesta segunda-feira, três organizações da ONU - o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Programa Alimentar Mundial (PMA) - indicaram que os 100.000 sul-sudaneses de Unidade são vítimas da fome, o nível mais alto na escala IPC.
Além disso, cerca de um milhão de sul-sudaneses corre o risco de ser afetado pela fome nos próximos meses, acrescentaram as mesmas fontes.
"Uma declaração formal de fome significa que a população começou a morrer de fome", indicaram as três organizações em um comunicado conjunto. "A situação é a pior catástrofe deste tipo desde que começaram os enfrentamentos no país africano há mais de três anos".
O Sudão do Sul conquistou sua independência em 2011 e em dezembro de 2013 se afundou em uma guerra civil que deixou dezenas de milhares de mortos e mais de três milhões de deslocados, apesar da dispersão de 12.000 capacetes azuis.
O conflito se dá, principalmente, entre as tropas do presidente Salva Kiir , da etnia dinka, contra os partidários do ex-vice-presidente Riek Machar, da etnia nuer. A ONU advertiu sobre o risco de genocídio.
A região petroleira de Unidade, onde Riek Machar nasceu, é uma das mais atingidas pelo conflito.
Situação agravada"Os efeitos a longo prazo do conflito, junto com os altos preços dos alimentos, a crise econômica, a baixa produção agrícola e as escassas opções de subsistência" resultaram em 4,9 milhões de pessoas afetadas pela fome, segundo Isaiah Chol Aruai.
Os critérios que definem a situação de fome se agrupam em uma Classificação Integrada de Segurança Alimentar em Fases (CIF), o padrão mais utilizado, principalmente pelas Nações Unidas.
A CIF distingue cinco fases da situação alimentar de um país, sendo a quinta a de "fome/catástrofe humanitária". Esta é declarada quando mais de 20% da população de uma região sofre de extrema escassez de alimentos, morrem mais de duas pessoas a cada 10.000 por dia e a desnutrição aguda afeta mais de 30% da população.
"A principal tragédia do relatório apresentado hoje é que se trata de um problema causado pelo homem", denunciou Eugene Owusu, coordenador humanitário da ONU para o Sudão do Sul, que lamentou os ataques sofridos pelos trabalhadores humanitários e o roubo de equipamento com os quais exercem suas funções.
Owusu pediu "ao governo, às partes beligerantes e a todos os atores, que apoiem os trabalhadores humanitários e forneçam a eles o acesso necessário para que possam continuar fazendo chegar os serviços de socorro às pessoas necessitadas".
"As pessoas perderam seu gado, inclusive suas ferramentas agrícolas. Há meses, as pessoas dependem totalmente das plantas e dos peixes que podem encontrar", explicou Serge Tissot, representante da FAO no Sudão do Sul.
str-fb/ndy/cyb/jvb/ra/mb/eg/cb/mvv
Várias áreas do estado de Unidade, no norte do país, estão em situação de "fome ou risco de fome", provocada pela guerra que atinge o Sudão do Sul há mais de três anos, declarou à imprensa Isaiah Chol Aruai, presidente do Gabinete Nacional de Estatísticas do Sudão do Sul.
A declaração se baseia na escala CIF, a mais utilizada para classificar a segurança alimentar.
Nesta segunda-feira, três organizações da ONU - o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Programa Alimentar Mundial (PMA) - indicaram que os 100.000 sul-sudaneses de Unidade são vítimas da fome, o nível mais alto na escala IPC.
Além disso, cerca de um milhão de sul-sudaneses corre o risco de ser afetado pela fome nos próximos meses, acrescentaram as mesmas fontes.
"Uma declaração formal de fome significa que a população começou a morrer de fome", indicaram as três organizações em um comunicado conjunto. "A situação é a pior catástrofe deste tipo desde que começaram os enfrentamentos no país africano há mais de três anos".
O Sudão do Sul conquistou sua independência em 2011 e em dezembro de 2013 se afundou em uma guerra civil que deixou dezenas de milhares de mortos e mais de três milhões de deslocados, apesar da dispersão de 12.000 capacetes azuis.
O conflito se dá, principalmente, entre as tropas do presidente Salva Kiir , da etnia dinka, contra os partidários do ex-vice-presidente Riek Machar, da etnia nuer. A ONU advertiu sobre o risco de genocídio.
A região petroleira de Unidade, onde Riek Machar nasceu, é uma das mais atingidas pelo conflito.
Situação agravada"Os efeitos a longo prazo do conflito, junto com os altos preços dos alimentos, a crise econômica, a baixa produção agrícola e as escassas opções de subsistência" resultaram em 4,9 milhões de pessoas afetadas pela fome, segundo Isaiah Chol Aruai.
Os critérios que definem a situação de fome se agrupam em uma Classificação Integrada de Segurança Alimentar em Fases (CIF), o padrão mais utilizado, principalmente pelas Nações Unidas.
A CIF distingue cinco fases da situação alimentar de um país, sendo a quinta a de "fome/catástrofe humanitária". Esta é declarada quando mais de 20% da população de uma região sofre de extrema escassez de alimentos, morrem mais de duas pessoas a cada 10.000 por dia e a desnutrição aguda afeta mais de 30% da população.
"A principal tragédia do relatório apresentado hoje é que se trata de um problema causado pelo homem", denunciou Eugene Owusu, coordenador humanitário da ONU para o Sudão do Sul, que lamentou os ataques sofridos pelos trabalhadores humanitários e o roubo de equipamento com os quais exercem suas funções.
Owusu pediu "ao governo, às partes beligerantes e a todos os atores, que apoiem os trabalhadores humanitários e forneçam a eles o acesso necessário para que possam continuar fazendo chegar os serviços de socorro às pessoas necessitadas".
"As pessoas perderam seu gado, inclusive suas ferramentas agrícolas. Há meses, as pessoas dependem totalmente das plantas e dos peixes que podem encontrar", explicou Serge Tissot, representante da FAO no Sudão do Sul.
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