Brasil registra 61.619 assassinatos em 2016
São Paulo, 30 Out 2017 (AFP) - Brasil registrou 61.619 mortes violentas em 2016, sete a cada hora, um recorde histórico, de acordo com dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública na manhã desta segunda-feira.
O número de assassinatos cresceu 3,8% em relação a 2015 e a taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes atingiu 29,9.
Sergipe registrou a maior taxa de mortes violentas, com 64 para cada 100 mil habitantes, à frente de Rio Grande do Norte, 56,9, e Alagoas, com 55,9.
As capitais com taxas mais elevadas de assassinatos por 100 mil habitantes são Aracaju, com 66,7, Belém, 64, e Porto Alegre, 64,1.
A ONU considera que acima de 10 mortes para cada 100 mil habitantes a violência é endêmica.
O diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, disse que os números registrados no Brasil são "obscenos". "A violência se alastrou para todos os estados. Não é exclusividade só de um...".
O relatório destaca que a letalidade das polícias nos estados aumentou 25,8% em relação a 2015, com 4.224 mortes em decorrência de intervenções de policiais militares e civis.
A maioria esmagadora das vítimas é composta por homens (99,3%), jovens (81,8%) e negros (76,2%).
A polícia do estado do Rio de Janeiro é, percentualmente, a segunda que mais mata no país, superada apenas pela força policial do Amapá.
Os policiais do Rio são também os que mais morrem em confrontos com criminosos: 113 desde o início de 2017.
O número de policiais mortos cresceu 17,5% em relação a 2015: 437 policiais militares e civis foram vítimas de homicídio em 2016.
Os latrocínios - roubo seguido de morte - somaram 2.703 ocorrências em 2016, uma alta de 50% sobre 2010, com maior incidência nos estados de Goiás, Pará e Amapá.
O número de estupros cresceu 3,5%, somando 49.497 casos. Em 2016, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no país, totalizando 4.657 mortes, mas somente 533 casos foram classificados como feminicídio.
O Fórum divulgou, pela primeira vez, os dados sobre desaparecidos, que revelam oito desaparecimentos por hora entre 2007 e 2016 no Brasil.
Foram registrados 693.076 boletins de ocorrência por desaparecimento entre 2007 a 2016, com uma média diária de 190 pessoas desaparecidas nos últimos dez anos.
Apenas em 2016, foram registrados 71.796 desaparecimentos no Brasil.
São Paulo lidera as estatísticas, com 242.568 registros de desaparecimento de 2007 a 2016, seguido por Rio Grande do Sul, 91.469, e Rio de Janeiro, 58.365. Muitos estados não apresentaram dados completos sobre os últimos dez anos.
"As pessoas estão desaparecendo e não há uma preocupação em cruzar os dados" entre os Estados. "Uma pessoa registrada como desaparecida pode aparecer em outro boletim de ocorrência como morte decorrente de intervenção policial, mas esse dado não é cruzado e não se chega à conclusão de que ela foi encontrada morta", destacou Olaya Hanashiro, consultora do Fórum.
"Ninguém estava olhando para esse fenômeno para além do período da ditadura militar. E o desaparecimento não deixou de ocorrer no cotidiano da população", advertiu a consultora.
csc-pr/js/lr
O número de assassinatos cresceu 3,8% em relação a 2015 e a taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes atingiu 29,9.
Sergipe registrou a maior taxa de mortes violentas, com 64 para cada 100 mil habitantes, à frente de Rio Grande do Norte, 56,9, e Alagoas, com 55,9.
As capitais com taxas mais elevadas de assassinatos por 100 mil habitantes são Aracaju, com 66,7, Belém, 64, e Porto Alegre, 64,1.
A ONU considera que acima de 10 mortes para cada 100 mil habitantes a violência é endêmica.
O diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, disse que os números registrados no Brasil são "obscenos". "A violência se alastrou para todos os estados. Não é exclusividade só de um...".
O relatório destaca que a letalidade das polícias nos estados aumentou 25,8% em relação a 2015, com 4.224 mortes em decorrência de intervenções de policiais militares e civis.
A maioria esmagadora das vítimas é composta por homens (99,3%), jovens (81,8%) e negros (76,2%).
A polícia do estado do Rio de Janeiro é, percentualmente, a segunda que mais mata no país, superada apenas pela força policial do Amapá.
Os policiais do Rio são também os que mais morrem em confrontos com criminosos: 113 desde o início de 2017.
O número de policiais mortos cresceu 17,5% em relação a 2015: 437 policiais militares e civis foram vítimas de homicídio em 2016.
Os latrocínios - roubo seguido de morte - somaram 2.703 ocorrências em 2016, uma alta de 50% sobre 2010, com maior incidência nos estados de Goiás, Pará e Amapá.
O número de estupros cresceu 3,5%, somando 49.497 casos. Em 2016, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no país, totalizando 4.657 mortes, mas somente 533 casos foram classificados como feminicídio.
O Fórum divulgou, pela primeira vez, os dados sobre desaparecidos, que revelam oito desaparecimentos por hora entre 2007 e 2016 no Brasil.
Foram registrados 693.076 boletins de ocorrência por desaparecimento entre 2007 a 2016, com uma média diária de 190 pessoas desaparecidas nos últimos dez anos.
Apenas em 2016, foram registrados 71.796 desaparecimentos no Brasil.
São Paulo lidera as estatísticas, com 242.568 registros de desaparecimento de 2007 a 2016, seguido por Rio Grande do Sul, 91.469, e Rio de Janeiro, 58.365. Muitos estados não apresentaram dados completos sobre os últimos dez anos.
"As pessoas estão desaparecendo e não há uma preocupação em cruzar os dados" entre os Estados. "Uma pessoa registrada como desaparecida pode aparecer em outro boletim de ocorrência como morte decorrente de intervenção policial, mas esse dado não é cruzado e não se chega à conclusão de que ela foi encontrada morta", destacou Olaya Hanashiro, consultora do Fórum.
"Ninguém estava olhando para esse fenômeno para além do período da ditadura militar. E o desaparecimento não deixou de ocorrer no cotidiano da população", advertiu a consultora.
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