Centenas de chefs e admiradores se despedem de Paul Bocuse
Lyon, 26 Jan 2018 (AFP) - "A cozinha deve tudo para você". Centenas de chefs e admiradores participaram nesta sexta-feira (26) em Lyon, na França, do funeral de Paul Bocuse, o "papa" da gastronomia que morreu aos 91 anos.
"Monsieur Paul", como era conhecido na França, foi durante décadas o embaixador por excelência da culinária francesa no planeta e um dos grandes responsáveis pela midiatização da profissão.
Da Espanha ao Peru, passando pela Suécia, os chefs mais respeitáveis prestaram homenagem a ele após o anúncio de sua morte em 20 de janeiro.
Embora Bocuse quisesse uma cerimônia "simples", em sua cidade natal de Collonges-au-Mont-d'Or, onde seu famoso restaurante três estrelas Michelin está localizado desde 1965, o grande número de pessoas forçou a realização do funeral a alguns quilômetros de distância, na catedral de Lyon.
Mais de mil pessoas acompanharam a família de Bocuse, que vivia em poligamia com três mulheres. Ao invés do tradicional preto do luto, impôs-se o branco dos cozinheiros, em reconhecimento ao legado de quem ostentava o título de "Chef do século".
Entre eles, os franceses Alain Ducasse, Joël Robuchon, Anne-Sophie Pic, Guy Savoy e Arnaud Donckele, o americano Thomas Keller, Daniel Boulud, de Nova York, e Hiroyuki Hiramatsu, à frente dos restaurantes de Bocuse no Japão.
"Seu amado rio (Saône) está transbordando de tristeza, mas não estamos tristes", disse o chefe francês e seu amigo de longa data, Pierre Troisgros, de 91 anos de idade.
"A festa era sua moeda e a festa da sua vida era linda, rica, generosa como sua cozinha, sem se gabar", disse Marc Haeberlin.
Também era conhecido como o pai da "nouvelle cuisine" - que iluminou a tradicional cozinha francesa -, sempre mostrando um caráter jovial e um grande senso de humor.
"No Firmamento, espero que todos os chefs que o precederam tenham preparado um bom lugar para você. Adeus, Monsieur Paul, a cozinha lhe deve tudo", acrescentou o chef Haeberlin.
Os dois filhos de Bocuse, Françoise e Jerôme, leram dois curtos textos religiosos.
Do lado de fora, dois telões permitiram ao público acompanhar a cerimônia.
Tamim Appieh, um estudante libanês de 32 anos do renomado Instituto Bocuse, que forma estudantes de hotelaria e gastronomia nos arredores de Lyon, assegurou que sua missão é "perpetuar seu legado".
"Era uma personalidade internacional, representa a inovação", disse Appieh.
Em uma entrevista póstuma, publicada pela revista "Le Point" coincidindo com o funeral, Bocuse assegurou que a morte "nunca" o assustou.
"Eu não estou com pressa, ainda tenho tempo. Vou viver até os 100 anos, se o Parkinson me deixar tranquilo", disse o chef, que sofreu por vários anos com essa doença.
Ele sonhava com terminar seus dias com um "pot-au-feu", prato tradicional francês à base de caldo, carne e vegetais, entre amigos e com boas garrafas de vinho.
nd-dfa-ppy/mb/app/ra/mr/tt
"Monsieur Paul", como era conhecido na França, foi durante décadas o embaixador por excelência da culinária francesa no planeta e um dos grandes responsáveis pela midiatização da profissão.
Da Espanha ao Peru, passando pela Suécia, os chefs mais respeitáveis prestaram homenagem a ele após o anúncio de sua morte em 20 de janeiro.
Embora Bocuse quisesse uma cerimônia "simples", em sua cidade natal de Collonges-au-Mont-d'Or, onde seu famoso restaurante três estrelas Michelin está localizado desde 1965, o grande número de pessoas forçou a realização do funeral a alguns quilômetros de distância, na catedral de Lyon.
Mais de mil pessoas acompanharam a família de Bocuse, que vivia em poligamia com três mulheres. Ao invés do tradicional preto do luto, impôs-se o branco dos cozinheiros, em reconhecimento ao legado de quem ostentava o título de "Chef do século".
Entre eles, os franceses Alain Ducasse, Joël Robuchon, Anne-Sophie Pic, Guy Savoy e Arnaud Donckele, o americano Thomas Keller, Daniel Boulud, de Nova York, e Hiroyuki Hiramatsu, à frente dos restaurantes de Bocuse no Japão.
"Seu amado rio (Saône) está transbordando de tristeza, mas não estamos tristes", disse o chefe francês e seu amigo de longa data, Pierre Troisgros, de 91 anos de idade.
"A festa era sua moeda e a festa da sua vida era linda, rica, generosa como sua cozinha, sem se gabar", disse Marc Haeberlin.
Também era conhecido como o pai da "nouvelle cuisine" - que iluminou a tradicional cozinha francesa -, sempre mostrando um caráter jovial e um grande senso de humor.
"No Firmamento, espero que todos os chefs que o precederam tenham preparado um bom lugar para você. Adeus, Monsieur Paul, a cozinha lhe deve tudo", acrescentou o chef Haeberlin.
Os dois filhos de Bocuse, Françoise e Jerôme, leram dois curtos textos religiosos.
Do lado de fora, dois telões permitiram ao público acompanhar a cerimônia.
Tamim Appieh, um estudante libanês de 32 anos do renomado Instituto Bocuse, que forma estudantes de hotelaria e gastronomia nos arredores de Lyon, assegurou que sua missão é "perpetuar seu legado".
"Era uma personalidade internacional, representa a inovação", disse Appieh.
Em uma entrevista póstuma, publicada pela revista "Le Point" coincidindo com o funeral, Bocuse assegurou que a morte "nunca" o assustou.
"Eu não estou com pressa, ainda tenho tempo. Vou viver até os 100 anos, se o Parkinson me deixar tranquilo", disse o chef, que sofreu por vários anos com essa doença.
Ele sonhava com terminar seus dias com um "pot-au-feu", prato tradicional francês à base de caldo, carne e vegetais, entre amigos e com boas garrafas de vinho.
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